A justificativa para mergulhar na corrupção era de que o PT precisava de um forte esquema de sustentação financeira para conseguir continuar no Poder e acabar com a exploração dos trabalhadores brasileiros. Foi assim que surgiu a criminosa arrecadação de recursos públicos por via da corrupção, inicialmente comprovada pelo Mensalão, agora pelo Petrolão e mais tarde pelos esquemas a ser desbaratados nos Fundos de Pensão, na Eletrobrás e outras estatais, no BNDES e no chamado Sistema S, integrado por Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), entre outras instituições.
O Sistema S faz a festa de petistas, como o sindicalista Jair Meneguelli, que recebe mais de R$ 60 mil mensais no Sesi, onde deu guarita e belo salário a uma das noras de Lula, Marlene Araújo Lula da Silva, e também a Márcia Regina Cunha, mulher do mensaleiro João Paulo Cunha, que ganha R$ 25 mensais. E tanto Márcia como Marlene não costumam comparecer aos supostos locais de trabalho: uma em São Bernardo; a outra, em Brasília.
Julgava-se que o PT faria uma revolução social no Brasil, impondo um modelo político humano e despojado, como os exercidos por Nelson Mandela na África do Sul e por Pepe Mujica no Uruguai. Mas foi apenas um sonho. Está mais do que demonstrado que não há socialismo no PT, cuja principal ideologia tem sido o alpinismo social, movido por uma corrupção desenfreada, do tipo ampla, geral e irrestrita, como se dizia na época da anistia.
Lula, Dirceu, Palocci, Meneguelli, Genoino, Delubio, Vaccari e praticamente todos os expoentes petistas hoje são novos ricos e se comportam como tal, com poucas exceções, como o deputado mineiro Nilmário Miranda e outros raros idealistas, que ainda não debandaram, procuram se manter íntegros e, por isso mesmo, não mais ocupam cargos de destaque no partido.
Muito falam que o socialismo morreu, mas é um engano. O socialismo evoluiu muito, passou a conviver com o capitalismo. Hoje, o socialismo democrático está cada vez mais vivo e mostra sua absoluta viabilidade como modelo político nos países nórdicos, que já conseguiram chegar a índices satisfatórios de justiça social, qualidade de vida e oportunidades de ascensão para as camadas menos privilegiadas. Esta é uma realidade que ninguém pode contestar.
No Brasil, o mínimo que se esperava do PT seria o básico – uma educação pública que possibilitasse a formação adequada às novas gerações, uma saúde pública que pudesse garantir o direito à vida e uma segurança pública que assegurasse o direito de ir e vir.
Na verdade, o desenvolvimento do país necessita apenas do fortalecimento deste tripé que representa as bases do socialismo moderno – educação, saúde e segurança. Apenas isso. O capitalismo não precisa ser abolido. Pelo contrário, é fundamental para o fortalecimento da economia no socialismo democrático.
Quando houver esta base sólida de educação, saúde e segurança, tudo se resolverá. Mas o PT não se interessa mais por isso. Não tem projeto político, nunca teve programa de governo e hoje abriga hoje apenas projetos pessoais e familiares.
Ao invés de lutar pela evolução da saúde pública, Lula prefere apoiar o empresário José Seripieri Junior, dono da Qualicorp, que controla os planos de saúde no Brasil. Foi na mansão de Seripieri em Angra dos Reis que a família de novos ricos Lula da Silva passou os dois últimos réveillons, não é preciso dizer mais nada.
O PT desprezou o socialismo democrático, transformou-se num pastiche de si mesmo, um partido sem honra e sem destino. Está caminhando para ter o fim que merece. Mas o socialismo democrático não morrerá por causa dos erros do PT. Como dizem os árabes, “mactub” (assim está escrito).
Carlos Newton
Nenhum comentário:
Postar um comentário