Uma guerra civil sui generis, pois não se trata da luta de uma ideologia revolucionária pela conquista do poder politico, mas sim da inacreditável associação de bandidos, empresários, traficantes e políticos na busca da construção um Estado desmoralizado, que não perturbe seus negócios escusos.
Alguma dúvida? Vamos começar a discutir um índice que determine quando uma guerra civil passa a existir? O número de mortes violentas é suficiente? Segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Publica, em 2015, 58.383 pessoas perderam a vida no Brasil em “crimes violentos letais intencionais”. O montante movimentado pelo impensável sistema nacional de corrupção, mais de 15 bilhões de reais nos últimos anos, é um numero razoável para fundamentar a assertiva ou o dado ainda é assimilável pela generosidade popular? O tráfico de drogas, com suas ramificações e subornos, trazendo o crime para as ruas e amedrontando as pessoas, ainda é suportável? Decência e dignidade são valores integrais a serem cultivados pela cidadania ou podem ser relativizados de acordo com as conveniências de cada um?
Repilo as explicações simplistas e demagógicas de que a crise global é oportunidade de progresso. Besteira. O nível de erosão da sociedade liquida os sonhos de um povo sofrido. A degradação das instituições e dos valores morais impossibilita pensar em recuperação nacional com esta majoritária “turma” que aí está no Congresso Nacional e no Executivo. Sem a confiança da população, nas instituições, nos dirigentes e parlamentares, nada de bom e de duradouro poderá ser feito.
Repilo a desculpa para a inação com o argumento de que, antes, é preciso pesquisar, estudar e debater as causas da atual crise global. Bobagem. Tudo o que é importante já está suficientemente estudado, debatido e diagnosticado. Há um quadro social de emergência. É preciso que pessoas patriotas, corajosas, honestas e competentes, assumam as responsabilidades impostas pela cidadania e elaborem apenas algumas poucas leis e exercitem, com a urgência necessária, medidas evidentemente prioritárias tais como na área da educação, da saúde e da segurança.
Repilo, igualmente, a progressiva estupida submissão das mentes da população aos ditames do “politicamente correto”, que amedronta as pessoas fazendo-as repetir aquilo que os minoritários grupos interessados, organizados e diligentes, querem, como por exemplo: “tudo precisa ser debatido pelo povo”, tentativa de substituir a já desmoralizada democracia representativa pela empulhação da democracia interna do partido único proposta pelo comunismo; propagar uma ultrapassada e distante “revolução parisiense de 1968”, com o “tudo é permitido – é proibido proibir”, com a intenção de escamotear de vez os valores éticos que propiciaram a construção e a manutenção da Civilização Ocidental; a rejeição da proposta sem um prévio honesto debate democrático, como se tratasse de uma solerte ação fascista, sobre o direito dos analfabetos e ignorantes votarem, pois o atual mundo complexo exige, para a honesta participação política, discernimento e capacidade critica, condição para serem escolhidas as melhores opções para a sociedade e os melhores nomes para garantirem o funcionamento da Republica; revisão, imediata, do errado conceito de que bandidos precisam ser tratados com “severidade contida”: - bandidos que reagem às ações policiais, agredindo, deverão ser neutralizados pela força, sem tornar os homens da lei réus por presumível crime, inibindo a reação à desmoralização da necessária ordem publica.
A cidadania digna e patriótica, a maioria silenciosa, se nada de razoável acontecer para a solução da crise global, saberá fazer sentir sua força e indignação. Que os atuais desmoralizados governantes e parlamentares, reunindo o pouco de dignidade que lhes resta, tratem de providenciar eleições gerais já, com novos honestos personagens e renovados poucos partidos ideologicamente definidos. Isto não é ingenuidade - é imposição da responsabilidade histórica. O Brasil está destroçado, o tempo que resta é pouco.
Eurico Borba
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