terça-feira, 22 de março de 2022

Temos Futuro?

Este projeto do governo de demonizar a política e de desacreditar os políticos faz todo o sentido para Bolsonaro. Ninguém destrói a política e faz algo pelo povo. Fazer algo pelo povo é política e Bolsonaro está longe disso. Nenhuma das suas atitudes, salvo as que ele foi obrigado a tomar como o auxílio emergencial e agora as jogadas eleitoreiras, beneficiou a população. E ele não faz nada, diz mentiras, se outorga medalhas de mérito e com isso mantém acesa a chama da aceitação na sua parcela fiel de seguidores.


Nunca vi, em toda a minha vida, um governo mais inútil do que esse. Na época da ditadura, que vivi boa parte na vida adulta, não víamos tamanho descaso pelo país. Os militares daquela época bem que tentaram, a seu modo tosco e autoritário, fazer o país crescer. Cresceu a dívida econômica e social. Até hoje pagamos o alto preço de tamanha incompetência. Mas o país voltou aos trilhos da democracia, pelo menos por um tempo e escamoteando seu verdadeiro espírito elitista e preconceituoso.

Tirando os períodos em que o PT governou ou tentou governar, o Brasil voltou a ser comandado por esta elite burguesa da pior qualidade que só quer encher os bolsos de dinheiro e, filosoficamente, acredita no destino, religioso ou não, que a colocou em boas condições de vida ao contrário do pobre que a fatalidade castiga. É assim que deus quer e assim que tentam viver.

Meu mundo ideal é diferente. Talvez nem exista. O que vemos em países da Europa (alguns agora estão dando péssimo exemplo com a guerra) nós dá a impressão de que esses países vivem uma justiça social maior pelo desenvolvimento que tiveram. Alemanha e países nórdicos mais, França, Itália e o resto menos, mas ainda assim num nível de convivência social que consegue equiparar padrões mais civilizados de sobrevivência. Os preconceitos persistem, a xenofobia idem, os imigrantes são mal vistos e a luta pela sobrevivência é capaz de criar guerras para se justificar.

Que mundo é esse? Talvez esse seja o verdadeiro mundo em que somos mera contingência. Mas podemos melhorá-lo? Sim, é o que tentaremos com nossa teimosia política em outubro deste ano. Tudo leva a crer que Lula vai vencer, em que turno for. Mas, qual será a reação da direita bolsonarista? Será que ela aceitará? Qual será a reação dos militares, os da ativa, os que comandam? Será que o STF vai ter força de manter suas decisões. Será que o povo vai se comportar, aceitar o resultado e festejar na praia ou num bar?

Apesar dos mitos não temos muito essa tradição da revolta popular, nem a instrumentalizada. Temos exemplos de resistência e exemplos de golpes articulados. Agora qual será a verdadeira intenção da imprensa oficial, da Fiesp, dos bancos, do Mercado e dos militares? Será que eles vão preferir a continuação do nada? Ou será que vão ouvir a voz da razão de vários especialistas pelo mundo que chegou a hora de interromper esse delírio inútil da direita que parece não ter mesmo nada na cabeça. A destruição do país está sendo enorme e vai continuar.

Precisamos eleger um congresso que dê apoio ao presidente. Precisamos mudar o país, trazer ele de volta para o caminho que vinha traçando mesmo com todas as dificuldades. Melhor passar por problemas do que viver esse nada idiota e sem sentido que estamos assistindo e vendo nossas riquezas sendo roubadas ou destruídas. O Bolsonaro de cocar foi a coisa mais patética que já vi, mais falsa e ao mesmo tempo significativa. Mostra do que eles são capazes para sobreviver. Índio não quer apito, mas Bolsonaro quer e se não der pau vai comer.

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