sexta-feira, 22 de maio de 2020

Heleno é general de pijama, mas faz ameaça como governo

O general Augusto Heleno fez uma ameaça explícita às instituições. Segundo ele, se houvesse a apreensão do celular do presidente da República haveria “consequências imprevisíveis”. Augusto Heleno é um general de pijama, não comanda tropa, e sua opinião não se reflete em ação das Forças Armadas. A importância vem do fato de que ele assina como chefe do Gabinete de Segurança Institucional, um órgão da Presidência da República.

Até pelo cargo que ocupa, o general deveria pensar antes de se manifestar. A sua nota avisa que o fato não ocorreu. “Caso se efetivasse”, disse ele. Tudo isso é muito barulho por nada, porque o que fez o ministro Celso de Mello foi encaminhar notícia crime que chegou a ele para a PGR. A notícia crime, apresentada por partidos de oposição, pede a apreensão do celular de Bolsonaro e do filho Carlos.


Se o GSI funcionasse ele teria informações mais precisas sobre a dimensão do fato e não soltaria uma “Nota à Nação Brasileira” com essa solenidade toda, e com o brasão da Presidência da República. Ele em si não tem importância, mas o cargo, sim. E Augusto Heleno usou o cargo. Dificilmente fez isso sem consultar o próprio presidente.

Não é a primeira vez que o general tem o comportamento inadequado, ou uma fala indevida, para o posto em que está. Suas atitudes e declarações derrubam a lenda urbana de que há uma ala moderada no governo Bolsonaro, e é constituída pelos militares, que equilibrariam as bizarrices da ala ideológica. Na verdade, não há bombeiros no governo Bolsonaro.

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