“A campanha demorou quase dois anos. Mas acabou. Falta o eleitor pôr o voto na urna”.
Referia-se à campanha para presidente da República travada por Lula e Bolsonaro que oficialmente começou apenas em meados de agosto último, mas extraoficialmente desde que o Supremo Tribunal Federal, em março do ano passado, tornou Lula elegível.
Embora não tenha dito na ocasião, a amigos Montenegro confidencia que Lula sucederá a Bolsonaro. Quanto às eleições para os governos estaduais, só agora elas começarão a esquentar, e as para o Senado só serão decididas nos últimos 10 dias.
Faltam menos de três semanas para a abertura das urnas eletrônicas, que se dependesse de Bolsonaro teriam sido trocadas pelo voto impresso. Na prática, duas semanas, de vez que na última, a levar-se em conta a história, nada acontece de relevante.
Bolsonaro jogou seu último ruidoso trunfo na mesa ao trazer de Portugal o coração de Dom Pedro a pretexto de celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil. Ao contrário do que imaginava, o coração não voltou a bater por ele.
Seus showmícios militarizados atraíram 64 mil pessoas no Rio, menos de 40 mil em São Paulo, e longe de 100 mil em Brasília. De toda forma, serviram para turbinar sua propaganda eleitoral no rádio e, especialmente, na televisão. E renderam mais o quê?
A justiça eleitoral proibiu o uso das imagens. E duas pesquisas consecutivas do Ipec, uma da semana passada e outra desta, atestaram que a onda de entusiasmo bolsonarista morreu antes de chegar à praia. Não foi um tsunami, mas uma marolinha.
Tanto barulho por tão pouco. Para se eleger no primeiro turno, sem disputar o segundo, um candidato precisa ter 50% dos votos válidos (excluídos nulos, brancos e indecisos) mais um voto. Lula tinha 50% na semana passada. Agora, 51%.
Oscilar para cima é sempre melhor do que oscilar para baixo. Bolsonaro prepara-se para pôr em cena um novo plano: comparecer aos funerais da rainha Elizabeth II em Londres, e à abertura em Nova Iorque de mais uma Assembleia Geral da ONU.
Quem sabe, os brasileiros não o socorrem depois de vê-lo em Londres entre os maiores líderes mundiais, e de ouvi-lo falar em Nova Iorque… Dizem que seu isolamento internacional é brutal. Bolsonaro quer provar que isso é mentira dos adversários.
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