sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Após salvar Temer, suspeitos miram Lava Jato

Um dos efeitos colaterais da rejeição da denúncia por corrupção contra Michel Temer foi a revitalização da bancada da Lava Jato. O bloco dos investigados trata a vitória de Temer como uma derrota do procurador-geral Rodrigo Janot. Planeja-se agora impulsionar medidas legislativas capazes de inibir o esforço de combate à corrupção. Os parlamentares querem mexer, por exemplo, nas regras da delação premiada e da prisão preventiva.

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Ainda que se admitisse a necessidade de ajustes, seria imprudente tratar como algo normal a movimentação de um Legislativo abarrotado de investigados que decide trafegar na contramão das investigações. Talvez fosse mais produtivo se discutissem a melhoria das instalações carcerárias, agora que a oligarquia política e empresarial começou a frequentar a cadeia.

Em vez disso, os deputados tramam limitar os poderes da Procuradoria para celebrar acordos de delação, subordinando todas as fases da negociação ao Judiciário. A prisão preventiva, que não tem prazo de duração, seria limitada a no máximo 180 dias. Cadeia depois da condenação em segunda instância, já admitida pelo Supremo Tribunal Federal, nem pensar. Ótimo para Lula, que recorre contra a pena de nove anos e meio de cadeia imposta por Sergio Moro. Se você está aborrecido com a permanência do Temer, desespere-se. Há males que vêm para pior.

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