sábado, 16 de janeiro de 2021

Escória de Estado

Os sobreviventes serão apenas farrapos de um tempo de assassinos, quando campeavam a inércia, a conivência e, em grande parte, a cumplicidade de governos, políticos, instituições, empresariado e sociedade. Gente que se entregou de braços abertos à barbárie da escória que elegeram como mito de um país que sempre negou seu lado maligno da força.

Sentirão vergonha, ao menos, de terem permitido, calados, tanta matança? Condenarão as massas da ignorância que abraçaram a morte como aliada de governo?



Os assassinos não são marginais. Estão nas classes que abiscoitam privilégios e sempre salvam a própria pele à custa dos corpos de outrem. Os mesmos irresponsáveis que passam incólumes por tribunais, com vida garantida ad aeternum e ainda são promovidos e agraciados como homens da Pátria.

Quando, de mãos com sangue, e se dizendo inocentes, estarão os carrascos e os assassinados pela incúria juntos nas covas, restará ao futuro carregar a pecha de Estado de Escória. Caminhará sob o jugo das mortes aos borbotões, dos crimes sucessivos de descaso e incompetência - energéticos da arrogância.

Eis a herança maldita da bandidagem institucionalizada, hierarquicamente, sob continências, que em dois anos apenas transformou um Estado em serviçal dos interesses da família e sua curriola.
Luiz Gadelha

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