O tempo passa, e nós, o povo, embevecidos pela figura aparentemente simples de um nordestino pau de arara que incorporava o Jeca de Monteiro Lobato, caímos no canto da sereia, tal qual Camões, “na esperança de encontrar porto e salvamento, depois da procelosa tempestade”. Não sabemos mais se despertaremos a tempo, já que navegamos em nau frágil, e o temporal intermitente requer timoneiro competente, e não remeiros embriagados acostumados ou não com escaleres.
E não bastasse essa chuva de escândalos, começam a aparecer as notícias de uma reunião secreta, acontecida em Lisboa, quando da viagem da presidenta a Moscou para a reunião dos Brics, em que estavam presentes, estranhamente, até o presidente do STF, ministro Lewandowski, José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça, e outras autoridades. Tudo muito secreto e escondido. Assunto? Delação do dono da UTC, Ricardo Pessôa, e depois uma ida a uma boate cuja entrada custou 250 percapita.
E de volta ao Brasil, quase com a mesma turma, menos o presidente do Supremo e mais Mercadante e Edinho Silva, ministro da Comunicação Social, dona Dilma soltou a franga com um palavreado, o mais chulo de que já tive conhecimento, saído de uma boca que jamais pensei tão porca. Diz o jornal “Folha de S.Paulo”: “Agitada, andando em círculos e gesticulando muito, a presidente Dilma Rousseff olhou para os auxiliares e bradou indignada: ‘Não sou eu quem vai pagar por isso. Quem fez que pague’”. E batendo com força a palma de uma mão na outra insistiu: “Eu não vou pagar pela merda dos outros”. Ela não disse a quem se referia, e ninguém achou que era conveniente perguntar. Eu também não perguntaria... Com esse linguajar de “bas-fonds”, quem iria arriscar perder as bocas, né?
E depois desse esporro todo, reclamou do ministro Cardozo por não ter impedido que as revelações do empresário delator Ricardo Pessôa viessem a público, e o fez com a maior “delicadeza”: “Você não poderia ter pedido ao Teori Zavascki (ministro do Supremo) para aguardar quatro ou cinco dias para homologar a delação? Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem”.
Que coisa, meu Deus... Essa é a verdadeira Dilma, em que você votou para ser a presidenta (ou anta) da República. Bem, chega, senão quem vai “sifu” sou eu...
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