terça-feira, 17 de março de 2020

Dois governos e o Monstro do Pântano

Um debocha de nós. Faz pouco da preocupação de milhões de brasileiros expostos ao vírus e à avalanche de noticias ruins vindas de todo o mundo, de todo o Brasil. Irresponsável, ignóbil, execrável, Bolsonaro é o Monstro do Pântano que assombra o País.

Na série da HBO, a cientista Abby Arcane é aterrorizada pelo monstro enquanto tenta desesperadamente investigar um vírus mortal incubado no pântano. Nossa heroína fica diante de um pesadelo: a humanidade corre perigo pelo avanço do vírus e ela ameaçada pelo Monstro do Pântano.


O governo que o monstro governa é inqualificável. Até seus antigos aliados se rebelam. Quando depende dele, ou dos seus, é um Deus nos acuda. Paulo Guedes deu inicio a uma entrevista coletiva nessa segunda reunindo o maior número de bla-bla-blás da história. Terminou com um “só peru morre de véspera”.

Não é não, Guedes. Em todo o mundo, milhares de pessoas sucumbiram ao coronavírus. Morreram, ministro. Já temos casos graves no Brasil. Só Bolsonaro trouxe 14 novos casos para o Brasil em sua comitiva vinda dos Estados Unidos. Guedes anunciou medidas de enganar bobo. Medo da sua frieza e de sua visão elitista da economia.

O maior medo, entretanto, é que o Monstro do Pântano engula Mandetta, o ministro da Saúde que cada dia mais impressiona profissionais de saúde, ou não, pela competência e objetividade com que está lidando com o novo mal da humanidade.

O governo de Mandetta é outro. Os tresloucados da internet pedem sua saída. Afinal, o coronavirus, para Bolsonaro, foi inventado na China, ou é coisa de Satanás. Seus amigos, Bispos Macedo e Malafaia pregam aos infernos que ninguém fechará seus templos, mesmo que isso signifique a explosão da pandemia no Brasil. Precisam arrecadar.

Qual dos dois governos sobreviverá até 2022? O coronavirus tem vida curta, dizem os entendidos. Rezemos por isso. Três ou quatro meses. Bolsonaro tem vida longa demais para nossa saúde mental e econômica: dois anos e 9 meses.

Estamos ao léu. Crise sem precedentes. Cenário imprevisível. Nesse momento, nos resta Mandetta e o fim da pandemia. Uma coisa de cada vez.
Mirian Guaraciaba

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