Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável
Umberto EcoO ministro Edinho Silva (não, não sou amiga dele, esse é seu nome, Edinho) no dia seguinte à manifestação estrondosa de domingo 16, aquela que se destacou por ter um único foco, o "Fora PT, Lula e Dilma", deu a seguinte declaração:
“É preciso desfazer o clima de intolerância e pessimismo instalado no país, para que a economia volte a andar (...) Estamos vivenciando um período de intolerância política cultural e religiosa. É um momento difícil. Temos que trabalhar para desfazer esse ambiente de intolerância".
O que ele queria? Otimismo numa hora dessas? Cresce, Edinho, vira logo Edão antes que a realidade inunde o seu dia a dia de forma implacável!
Segundo ele, para que a economia volte a andar (para frente, de preferência, digo eu) é preciso que nos livremos da "intolerância política, cultural e religiosa".
O que será que o Edinho quer dizer com isso? Bem, que ele pregue por tolerância com a ignorância que campeia no país, é o jeito... Mas intolerância religiosa? Se há país onde isso não existe é o Brasil. Por que ele tirou esse coelho da cartola?
Acho que o Edinho Silva anda confundindo as palavras. Precisa urgente de um thesaurus para aumentar seu vocabulário. (Thesaurus é um dicionário que registra uma lista de palavras que são associadas semanticamente a outras, apresentando geralmente sinônimos e, algumas vezes, antônimos. Imprescindível nas boas mesas de trabalho do governo PT).
Quanto à intolerância política, espera aí, ministro. O partido político mais intolerante dos últimos tempos é o seu, o ambicioso PT. Os petistas se acham o sal da terra. Nunca erram, nunca admitem um engano que seja, jamais se retratam, têm a palavra do Lula como dogma. Trabalharam muitos anos pela derrubada dos mais variados governos e lutaram com garra até chegar ao Planalto, para dar vida à sua desmesurada ambição.
Ontem, dia 20, saíram às ruas para responder às manifestações do dia 16. Havia um foco em suas palavras de ordem? Um, não, vários, o que pode botar muita gente na rua, mas não resolve coisa alguma, como já ficou provado nas passeatas de 2013.
Foi uma verdadeira salada: contra o ajuste fiscal, contra a maioridade penal, contra a Agenda Brasil, contra o Eduardo Cunha. Provocativos, eram contra isso tudo, mas a favor do Governo Dilma.
Já para os aposentados: necas, para esses não há dinheiro. Ponto final.
Outra pimenta, e essa malagueta: os novos ‘puxadinhos’ no BB e na Caixa. Em março, o ministro Levy era contra os puxadinhos e foi bem firme em suas palavras. Ontem, a tesoura meio cega, suas palavras foram outras: "Não compromete o ajuste (fiscal), é uma operação de mercado que, na verdade, pressupõe compromisso das montadoras", argumentou.
Por que ele não foi a favor desse “arranjo que os bancos fazem todos os dias” antes que o desemprego cruel levasse a um sofrimento intolerável centenas de famílias?
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