Nesta semana, depois do fulminante despejo de Cid Gomes — a primeira demissão de um ministro anunciada não pela presidente da República, mas pelo presidente da Câmara —, o palavrório declamado há quatro anos pelo vidente aprendiz pareceu menos amalucado: cada vez mais, a cara, o jeito e o falatório de Dilma lembram uma rainha cujos poderes foram amputados pelo regime parlamentarista.
Se fosse mesmo bom de bola de cristal, Santana teria também previsto que a segunda rainha do Brasil — no início do século 19 houve Maria I, mãe de dom João VI — acabaria forçada a conviver com o primeiro-ministro Eduardo Cunha. Ela faz reinações, ele manda. Ela promete em discurseiras desconexas o que não pode cumprir. Ele demite ministros indicados pela soberana, decide quem deve liderar a bancada governista e, simultaneamente, chefia a oposição a Maria II.
Pena que Maria I não ressuscitar só para ter uma conversa com Maria II. Depois de três ou quatro frases sem pé nem cabeça, Dona Maria, a Louca, entenderia que doida é a outra. Aos gritos, exigiria aos gritos que o epíteto, junto com o trono e a coroa, fosse imediatamente repassado à rainha de João Santana.
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