terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dilma apressa a faxina


"Quem ameaça o pré-sal é a corrupção que está assolando a Petrobras"
Marina Silva

Dilma, sem qualquer abalo no capacete, prometeu que vai tomar providências quando tiver as informações sobre o escândalo na Petrobras. Também admitiu que, por enquanto, não vai despedir ninguém, apesar de o caso não ser o de demissão, mas de admissão de culpa. Como pensar nessa inocência e prestante prontidão da presidente quando a mesma foi durante nove anos a mandona na empresa?

Dilma quer a todo custo afastar o escândalo de sua candidatura e, do alto de sua arrogância, proclama que o depoimento não lança suspeita sobre o governo. Alguém esqueceu que a Petrobras esteve sob seu comando como ministra das Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração, chefe da Casa Civil de Lula e presidente da República? E ela nunca soube que a Diretoria de Abastecimento da Petrobras, dirigida por Paulo Roberto Costa, era autônoma assim transformada por Sérgio Gabrielli, o braço-forte de Lula? Não pode negar em momento algum que fez vista grossa, no mínimo, à corrupção desenfreada.

As questões estão colocadas e respostas não há. Dilma, como é de costume, acusa, fala mal dos outros, mas nunca explica o que deve, por obrigação do cargo, explicar. E ainda pinta e borda com a maior desfaçatez. Agora muda o comando de campanha tirando meia dúzia e colocando seis.

Colocou o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), que foi seu “chefe” quando era vice-governador do Rio Grande do Sul, e ela, secretária de Minas, Energia e Telecomunicações do estado. Até aí uma mudança tática se não fosse um pequeno detalhe no currículo do ministro com autonomia e carta branca. Rossetto não só ocupou o mesmo cargo no governo Lula e, por um desses acaso da vida, também foi presidente da Petrobras Biocombustível (???).

Ficaria tudo por aí se a candidata não fizesse uma confissão de que houve sim corrupção na empresa, e quando sob seu comando. “Se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso te garantir que todas - vamos dizer assim - as sangrias que eventualmente pudessem existir estão estancadas”. Num dia fala que espera mais informações sobre o caso e em outro, admite que houve falcatrua. E ficamos todos por isso mesmo, presidente?

É muita cretinice de um governo admitir que lava as mãos, em virtude da campanha, para um rombo bilionário na maior empresa do país. Além de admitir o crime, para o qual desvia o rosto, Dilma parece achar uma normalidade sua existência e se lixa para o que ocorreu, não manifestando nenhum interesse em condenar os culpados. Segundo a candidata do PT, eles já estariam “condenados” pelo seu descaso, o que para ela, “divina”, já é o suficiente.


A presidente mais uma vez lança brioches para o país. Do alto do trono, como uma rainha imune, livra a cara dos companheiros para conseguir mais uma gestão de roubos e rombos. Só esquece que Antonieta, a dos brioches, teve seu dia de guilhotina. 

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