Não há mágicas para criar um novo mundo político. Mas há possibilidades de algo melhor. Por que não aceitar isto?
No livro de Milan Kundera “A festa da insignificância”, um
personagem disse: “Ninguém em torno de Stálin sabia mais o que é uma
brincadeira. É por isso, a meu ver, que um grande novo período da história se
anunciava”. O personagem, chamado Charles, referia-se a uma piada que Stálin
contava e nenhum dos seus ministros conseguia rir, com medo de que o ditador
estivesse falando sério.
É muito difícil prever fins de era. Mas quando o país entra
numa recessão econômica é razoável prever o fim de uma longa política que
resultou num desastre: foi a pior performance da História, pior que a do
Marechal Floriano, em tempo de guerra.
No Flamengo, um amigo me perguntou o que era recessão
técnica. Repeti o que tenho lido: o país não cresceu nos dois últimos
trimestres. É como um time que passasse meio ano sem vencer.
— Se é a recessão técnica, por que não demitir o técnico,
como no futebol? — concluiu o amigo.
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