terça-feira, 9 de setembro de 2014

Na hora de votar


Politicagem é a nova libido. Dá grana, horário político eleitoral e foto fofa.

A todos esses senhores e senhoras de honra impoluta que têm aparecido aqui em casa, veementemente determinados em me convencer de que não querem outra coisa senão arregaçar as mangas e, telha por telha, obrar o hospital com médicos de última geração que me manterão o pâncreas em ordem por mais um século — a todos eles eu devoto o voto da minha mais profunda desconfiança.

Ponham-se daqui, digníssimos decididos em encher a boca para falar da nova política, dos projetos sociais que erradicarão a miséria nacional e até mesmo os gritos preconceituosos de “viado” nas arquibancadas. Ponham-se longe da minha audiência, senhoras e senhores sobre os quais nada consta até o momento, nada se provou nos autos, mas algo me diz que é bom ir com calma e esperar pela edição de amanhã dos jornais.

Eu sei que um dos senhores é cordeiro de Deus, o outro é obreiro da Palavra. Sobre todos eu esparjo meu turíbulo de fé e candomblé, pois ouço compungido como se sacrificarão, em muitos casos com o risco da própria vida, para livrar o povo brasileiro da criminalidade e do assédio das bundudas do BBB. A todos vocês, candidatos a excelências, eu lanço o contundente escrutínio de quem já viu Cacareco, Tiririca, Collor e mensalão. Só tenho a declarar que: “comigo não, violão”.
Leia mais o artigo de Joaquim Ferreira dos Santos 

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