O Brasil segue colecionando vexames nos rankings mundiais da educação. Não andamos de lado, andamos para trás.
A cada rodada do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – Pisa, exame realizado de três em três anos e de responsabilidade da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, ficamos patinando nas últimas posições, quase no final da fila.
Isso aconteceu em 2012, quando o país caiu posições na área de ciências. Naquele ano estávamos em 55º no ranking de leitura, 58º no de matemática e 59º no de ciências, entre 65 países avaliados. Isso voltou a ocorrer no PISA de 2015, que será divulgado nesta semana e traz o Brasil classificado na humilhante 60ª posição em matemática e ciências, entre 76 países avaliados. Dentre os latino-americanos, o Chile é o primeiro da lista, em 48º lugar. Costa Rica, México e Uruguai também estão na frente do Brasil, em 53º, 54º e 55º respectivamente.
E quando se pensa que chegamos ao fundo do poço, vem um vexame maior ainda: o Brasil está na rabeira do ranking do Fórum Econômico Mundial quando se leva em conta o desempenho dos jovens menores de 15 anos. Aí ficamos em 91º lugar!
No ranking geral do Fórum, o país fica atrás da Bolívia e do Paraguai!
Por quê?
Não há muito mistério. Pagamos caríssimo por ser retardatários. O ensino fundamental só foi universalizado na virada deste século, mais precisamente na gestão de Paulo Renato Souza no Ministério da Educação. E até aí não existia qualquer sistema nacional de avaliação do ensino.
Os passos seguintes seriam investir na formação inicial e contínua dos professores, implantar de vez a meritocracia e derrotar o corporativismo - essa força conservadora sempre resistente às mudanças. Além de enfrentar os problemas do fracasso e da evasão escolar no ensino básico.
Não foi o que aconteceu nos doze anos dos governos petistas. Os presidentes Lula e Dilma Rousseff deixaram essa agenda de lado e o país assistiu a uma sucessão de ministros da área (já estamos no oitavo), com prioridades distintas. E com políticas erráticas.
Mais grave: o Ministério da Educação abriu mão formular e articular políticas públicas capazes de mudar a face do ensino básico, de superar suas mazelas, de ingressar no século 21.
Na educação colhe-se o que se planta. Cingapura, Coréia e Hong Kong priorizaram o ensino básico, fizeram sua revolução educacional ainda no século passado. Hoje ocupam os primeiros lugares não só nos exames internacionais, mas na competitividade mundial. São melhores em tudo ou quase tudo.
Enquanto isso, o Brasil come poeira lá atrás.
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