sábado, 19 de dezembro de 2015

Dilma no poder ainda é uma arma poderosa contra o PT

Vou repetir aqui o que afirmei há pouco, de improviso, em “Os Pingos nos Is”, o programa que ancoro na rádio Jovem Pan.

Se eu levasse em conta apenas o destino do petismo, deveria ficar contente a cada vez que o governo logra uma pequena vitória, elevando, então, a sua chance de permanecer no poder até 2018.

Venham cá: nas costas de quem pesa a recessão de quase 4% neste ano? Do PT. Nas costas de quem pesará a recessão de uns 3% no ano que vem se Dilma ficar no poder? Do PT. Nas costas de quem vai pesar o descontentamento com o desmantelamento do país caso aquela senhora se mantenha na cadeira presidencial? Do PT!

Notem: o PT que comete crimes tem de ser combatido pelas leis penais.

Mas há um PT que se estabelece também como valor, como ideário, até como utopia. Ainda seduz um número considerável de pessoas, embora, felizmente, em acelerado declínio.


Ora, no que concerne à parte abstrata das suas formulações, a terra petista tem de ser crestada e salgada, para que nela nunca mais nasça uma gramínea. O PT é a encarnação da imoralidade e da falta de ética na política. É a mistura mais asquerosa de oportunismo, ressentimento e cupidez que já se constituiu no país.

Nesse estrito sentido, eu deveria torcer para Dilma ficar aí até 2018. Ocorre…

Ocorre que existem os brasileiros. Ocorre que existem os desvalidos. Ocorre que há aqueles que dependem bem mais do que eu de uma boa governança. Se eu não tivesse a convicção de que Dilma pode nos arrastar para uma conflagração inédita em tempos democráticos, é possível que não me incomodasse que ela fosse ficando por aí. NINGUÉM É TÃO EFICAZ NA DESTRUIÇÃO DO PT COMO DILMA. O problema é que ela ferra o Brasil também.

Até jornalisticamente Dilma é uma festa. Acordo, bato a mão na tela do celular, e já tenho lá uma penca de posts engatilhados. Vamos ser claros: um governo competente e austero é sempre um tantinho mais aborrecido. Ocorre que os menos aquinhoados precisam da competência que Dilma não tem.

O subjornalismo financiado por estatais e por alguns presos da Operação Lava Jato já canta vitória. Já dá de barato que, como o Senado terá o poder de enterrar a denúncia contra Dilma, isso assustará os deputados, que, então, se negariam até mesmo a dar os 342 votos para autorizar a abertura do processo.

Será assim tão fácil? Já vi parlamentares fazendo muita coisa. Mas é raro que se oponham de forma determinada à voz das ruas.

Claro, claro! A petezada poderia agora estar radiante com a possibilidade de Dilma Rousseff passar a fazer um governo exemplar a partir de 1º de janeiro, o que devolveria a esperança aos brasileiros. Mas acho isso não vai acontecer.

A história não acabou. Na verdade, mal começou.

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