domingo, 1 de novembro de 2015

'Anoiteceu, o sino gemeu'

Estamos em outubro mas Papai Noel está sobrevoando com o trenó os céus do Brasil da crise. Não só se enfeitam as lojas. O espírito natalino faz bimbalhar os sinos em Brasília. E o cheiro desse espírito fede longe.

A pacificação entre Dilma e Cunha é a maior mostra de que Natal vai descendo sobre Brasilía. Quem sabe, talvez os dois troquem presentes de amigo oculto de tão imbuídos com os ares de confraternização que envolvem a capital.

Com a cabeça na guilhotina, conseguiram um adiamento da degola. O presidente da Câmara vai empurrando com a barriga e a legião evangélica uma possível queda por falta de decoro. Dilma foi mais longe, com poder maior, conseguindo que as pedaladas de 20124 só cheguem ao Congresso no príximo ano.

Lula, o chefe de quadrilha mais procurado nestes tempos, depois de meses enfim será ouvido pela Polícia Federal, mas como "informante" - de volta a velhos tempos ditatoriais, segundo as más línguas. Ou seja, nenhum risco de prisão quando revelar que não sabe, não viu nada, não ouviu nada.

Também muitos políticos, principalmente de PP e PT, suspiraram aliviados quando o relator da CPI, Luiz Sérgio, distribuiu antecipadamente uma gigantesca pizza da paz. Nenhum foi citado pelo deputado, que seguiu à risca o roteiro das histórias policiais de quinta categoria. O Sherlock Holmes de bigodes descobriu que o culpado pelo petrolão é o mordomo, ou seja, o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari.

Lulinhazinho é outro que parece abençoado pelas graças natalinas. Agora ganhou definitivamente a blindagem governamental, a pedido desesperado do paizão Pìxuleco, que deve ser estendida também a Lulinha. Pixulequinho passou para o rol dos protegidos pelo governo como os filhos de ditaduras num flagrante e criminoso rasgar da Constituição. Passa a vigorar no país, o v elho lema: Quem tem progenitor na "famiglia" não morre pagão.
Com tão farta distribuição de benesesses natalinas para os alcunhados poderosos, há de se suspeitar seriamente do grande benemérito. Papai Noel, com aquela roupa vermelha, não engana mais ninguém e descaradamente presenteia seus cumpañeros.

Resta-nos cantar: 
"Já faz tempo que pedi
Mas o meu papai noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem...

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