O país parava aos domingos para ver Ayrton Senna. Milhões ficavam vidrados na telinha para ver as corridas de F-1., e torcendo para o piloto vencer e saudar a torcida com a volta da vitória acenando a bandeira brasileira. Era apontado como gesto cívico.Damos prova de maturidade quando não esquecemos o que houve e cobramos o errado dos seus responsáveisRicardo Noblat
Assim foram a Marcha das Diretas Já e as manifestações pela saída de Fernando Color. Mas não eram no domingo.
Nunca antes na história houve o que se viu mais uma vez - a terceira no ano. Algo para qualquer país de governo democrático se orgulhar: festas cívicas de domingo, sem tumulto. Tudo graças à unanimidade do contra ostentada por Dilma.
Só que o governo de Dilma, hoje abrigado no Senado sob a proteção de Renan Calheiros, ainda não quer escutar as ruas. Aposta todas as fichas no "nóis contra eles" para se aguentar no Planalto à custa do sacrifício da população, não deles é claro.
O primeiro gesto foi avalizar um "ódio ao PT", uma "intransigência", uma "intolerância", um "movimento da classe média" e outros termos do besteirol governista. Se prestaram ao papel de três patetas: o ministro Edinho Silva, já mencionado na Lava-Jato, o líder na Câmara, José Guimarães, rapaz dos dólares na cueca, e José Pimentel, líder no Congresso. Uma troika sem valor e autoridade.
Sem ter com que se defender, o discurso novamente é de que a "direita" estaria nas ruas para apoiar as "forças conservadoras". O PT repete o discurso surrado de ser um baluarte da democracia (sic). Não consegue sair do ranço dos anos ditatoriais e esquece que estamos em outros tempos. As manifestações deste ano são um tapa na cara do petismo alienado, mascarado de bom moço, que rouba com o aval do voto.
O Brasil mudou, mas o PT continua o mesmo partido da pelegada. Seus gestos são a repetição do cacoete sindicalista. Não há mais exemplar do que a "defesa da democracia" abraçando o Instituto Lula em defesa do ex-presidente com a imagem de corrupto.
Numa festa regada a música, cerveja, churrasco, banheiros químicos e ônibus contratos para levar "manifestantes", o dinheiro era público. Como atacar milhares de pessoas nas ruas e outros milhões assistindo pela televisão, defendendo a ética, quando o "odiado" PT usa dinheiro do contribuinte, via contribuição sindical, para fazer festa "democrática"?
A democracia e o civismo foram às ruas de graça, pedindo o fim do desperdício do dinheiro de todos em favor de uns poucos, senão bandidos, ao menos cúmplices. Exigem respeito e não palavras de ordem, porque só respeitam o dístico da bandeira.
Criticar quem foi às ruas para defender o ponto de vista que for não faz parte do jogo democrático. É desrespeitar a todos que estavam lá dando um basta à roubalheira, cada um a seu modo.
O governo novamente, sob a máscara de democrático, nada mais faz do que o jogo do autoritarismo partidário e peleguista.
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