Collor é exemplo. Despachado da Presidência, retornou à vida pública e plantou novas armações como a recente denúncia de Ricardo Pessoa, da UTC. Está muito bem, obrigado, mesmo depois da desgraceira de seu “governo”. Se cair, Dilma ao menos sairá melhor do que o senador.
Quem está tremendo, arrancando os cabelos, é Lula. Sabe bem que criou a criatura presidenta, mas não pode nada contra a pessoa Dilma, que não tem medo de assombração de Garanhuns.
A rainha é a peça chave de todas as pretensões de Lula, que pode espernear à vontade. Dilma não tem medo dos trovões do criador, porque leve o governo até o final ou saia no meio do caminho pode muito bem reverter sua história. Se lançar um best-seller, que tal "Planalto, o palácio dos horrores", vai encher a burra de dinheiro e emporcalhar de vez a biografia do seu criador. Sem contar que o PT e o ex-presidente ficarão sem futuro.
Vai fazer o que acha que deve, mesmo errando aqui e ali, sem se entregar aos desejos alheios, servir de capacho, o que deve estar se arrependendo em parte.
O sinal foi bem claro no sábado quando mandou que Aloísio Mercadante e Edinho Silva se explicassem sobre as denúncias de recebimento de campanha no caixa 2. Foi com as garantias de Edinho que esbravejou contra os delatores em novo marketing de durona, a guerrilheira valente.
O jeito durão é que está defendendo a presidente. Lula treme e teme mais a Dilma, do que o contrário. A presidente tem muito a revelar, até mesmo confessar, para acabar com as pretensões lulistas e enterrar o PT. É a cartada da gerentona.
Lula prospectou que nem mesmo Cardosão, da Justiça, vai lhe servir, pois agora só faz o que a chefe mandar. Esse não mexerá mais pauzinhos para novas blindagens de Lula.
O temor de Lula é tanto que Dilma, mesmo envolvida pela maior crise já vivida no país, não deve aceitar mais interferências para defender esse ou aquele. Vai brigar para melhorar a própria pele e não deixará que alguém, mesmo seu criador, interfira. Não vai querer passar à História como o eterno poste.
No volume morto, sem a boia de Dilma, e pauzinhos aqui e ali para tentar remar contra a maré, o ex sabe muito bem que pode perder a pele, mas quer salvar ao menos a imagem. Não à toa se reuniu com Pai Santana para tentar os superpoderes do marketing para dar uma cor melhor à velha carcaça encarquilhada e à estrelinha petista. Mas o baiano santificado não faz milagres, no mínimo só pode jogar uma purpurina sobre o desastre.
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