Dizem que palavras o vento leva. É nada. Sem um bom desmentido, elas permanecem... Por isso, desmentir é imprescindível
Em 12/8/2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a respeito das revelações sobre o Mensalão,declarou em rede nacional estar ciente da gravidade da situação, que se sentia traído e que não tinha nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro: “nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas”.
O tempo fluiu e Lula sentiu-se forte a ponto de dizer que o Mensalão era uma farsa e que ele ia se dedicar a provar essa afirmação...
Para mim, foi nesse ponto que à era da mediocridade em que vivíamos juntou-se a moda dos desmentidos. Parece que o lema que domina o primeiro quartel do século 21 é “Não foi bem isso que eu quis dizer”.
Semana que vem o Senado Federal vai sabatinar o dr. Luiz Fachin indicado por dona Dilma para o Supremo Tribunal Federal. Ele votou em Dilma Rousseff, para imensa tristeza de sua mulher, a desembargadora Rosa Fachin. Segundo a seção Painel da Folha de S. Paulo de ontem, 14 de maio, ela “chorou uma semana” ao saber que seu marido decidira votar em Dilma Rousseff.
Nada como um dia atrás do outro, não é mesmo? O dr. Fachin, além de suas inúmeras qualidades como jurista, tem em seu currículo um vídeo onde lê um manifesto enaltecendo as qualidades de Dilma Rousseff para presidente em 2010; defendeu uma tese um tanto ou quanto esdrúxula sobre a poligamia (“não é questão de Justiça, mas de foro íntimo”) e o direito dos militantes do MST a terras não produtivas.
Em 12 de maio, na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ele não disse que não é petista, não, não disse. Mas também não disse se é ou já foi petista. Apenas declarou que convidado a fazer a leitura do manifesto pró-Dilma, não se furtou: “Era um manifesto que havia assinado”.
Sobre a família: “A família, base da sociedade, e portanto também base do Estado, tem seu assento na base da Constituição. Nem mais nem menos. Esteja de acordo ou não. A Constituição é nosso limite”. Detalhe: diferente do prefácio que assinou para o livro “Da Monogamia – A sua Superação como Princípio Estruturante do Direito de Família”, livro que apoia o fim da monogamia.
E sobre o direito à propriedade, Fachin renegou o que dissera a respeito? Não, limitou-se a evocar a Constituição. Copio aqui boa frase do jornalista Reinaldo Azevedo sobre o assunto: “(Ele) escondeu-se na Constituição para esconder o próprio pensamento”.
Essa moda já ultrapassou fronteiras. No livro dos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, “Uma ovelha negra no poder”, aparece uma conversa de peito aberto entre Lula e Pepe Mujica, quando o brasileiro se queixa: “Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens. (...) Essa era a única forma de governar o Brasil”.
Pegou mal a indiscrição de Mujica. Consultado pelo jornal El País, Mujica disse que nunca falou com um brasileiro sobre o mensalão. “O que acontece é que não fui eu quem escreveu o livro”.
E continuou a autografar os exemplares no Salão Azul da IMM (Intendencia de Montevideo).
Tomaram, ‘periodistas’?
Em 12/8/2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a respeito das revelações sobre o Mensalão,declarou em rede nacional estar ciente da gravidade da situação, que se sentia traído e que não tinha nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro: “nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas”.
O tempo fluiu e Lula sentiu-se forte a ponto de dizer que o Mensalão era uma farsa e que ele ia se dedicar a provar essa afirmação...
Para mim, foi nesse ponto que à era da mediocridade em que vivíamos juntou-se a moda dos desmentidos. Parece que o lema que domina o primeiro quartel do século 21 é “Não foi bem isso que eu quis dizer”.
Semana que vem o Senado Federal vai sabatinar o dr. Luiz Fachin indicado por dona Dilma para o Supremo Tribunal Federal. Ele votou em Dilma Rousseff, para imensa tristeza de sua mulher, a desembargadora Rosa Fachin. Segundo a seção Painel da Folha de S. Paulo de ontem, 14 de maio, ela “chorou uma semana” ao saber que seu marido decidira votar em Dilma Rousseff.
Nada como um dia atrás do outro, não é mesmo? O dr. Fachin, além de suas inúmeras qualidades como jurista, tem em seu currículo um vídeo onde lê um manifesto enaltecendo as qualidades de Dilma Rousseff para presidente em 2010; defendeu uma tese um tanto ou quanto esdrúxula sobre a poligamia (“não é questão de Justiça, mas de foro íntimo”) e o direito dos militantes do MST a terras não produtivas.
Em 12 de maio, na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ele não disse que não é petista, não, não disse. Mas também não disse se é ou já foi petista. Apenas declarou que convidado a fazer a leitura do manifesto pró-Dilma, não se furtou: “Era um manifesto que havia assinado”.
Sobre a família: “A família, base da sociedade, e portanto também base do Estado, tem seu assento na base da Constituição. Nem mais nem menos. Esteja de acordo ou não. A Constituição é nosso limite”. Detalhe: diferente do prefácio que assinou para o livro “Da Monogamia – A sua Superação como Princípio Estruturante do Direito de Família”, livro que apoia o fim da monogamia.
E sobre o direito à propriedade, Fachin renegou o que dissera a respeito? Não, limitou-se a evocar a Constituição. Copio aqui boa frase do jornalista Reinaldo Azevedo sobre o assunto: “(Ele) escondeu-se na Constituição para esconder o próprio pensamento”.
Essa moda já ultrapassou fronteiras. No livro dos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, “Uma ovelha negra no poder”, aparece uma conversa de peito aberto entre Lula e Pepe Mujica, quando o brasileiro se queixa: “Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens. (...) Essa era a única forma de governar o Brasil”.
Pegou mal a indiscrição de Mujica. Consultado pelo jornal El País, Mujica disse que nunca falou com um brasileiro sobre o mensalão. “O que acontece é que não fui eu quem escreveu o livro”.
E continuou a autografar os exemplares no Salão Azul da IMM (Intendencia de Montevideo).
Tomaram, ‘periodistas’?
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