quinta-feira, 16 de abril de 2020

Governo sabota o trabalho do Ibama até no combate à pandemia

O governo demitiu o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, após uma operação do Ibama contra invasores em terras indígenas. A operação combatia o desmatamento, o garimpo e o risco de contaminação dos índios. A reação do governo foi demitir o responsável pela área.

A pandemia não pode nos impedir de olhar para os problemas tradicionais. Os garimpeiros e os grileiros avançam. Os alertas de desmatamentos na Amazônia aumentaram 51,4% no primeiro trimestre, na comparação com 2019.

O diretor do Imazon diz que a situação vai piorar nos próximos meses. Será o período seco na região, quando as queimadas ganham força e a madeira é escoada para ser vendida. Se cresceu até março, espera-se que a tendência continue nos meses seguintes.


Essa é a execução do plano da atual gestão do Ministério do Meio Ambiente. Ricardo Salles é o ministro antiambiental. O plano dele sempre foi deixar que o desmatamento avance. A visão dele é outra, é a que o presidente Jair Bolsonaro representa.

A demissão de Azevedo mostra isso. Ele é de São Paulo, foi policial. Não tinha a ver com os servidores do Ibama e assumiu uma área nevrálgica. Era uma espécie de interventor. Com o passar do tempo, os funcionários conseguiram fazer a operação de fiscalização. A atuação havia diminuído neste governo. Não há tantos recursos para as equipes viajarem nem máquinas para serem usadas nas operações. Dessa vez, conseguiram montar uma grande operação contra invasores em três terras indígenas no sul do Pará. Foram lá proteger os indígenas do contágio do cornavírus e mostraram que havia garimpo. O "Fantástico” veiculou o caso na reportagem de Marcelo Canellas.

Azevedo foi demitido não por acaso. Ele perdeu o cargo porque estava trabalhando e deixou os funcionários do Ibama exerceram sua função, pela qual são pagos com dinheiro público.
O governo Bolsonaro sempre foi a favor de garimpo em terra indígena. Nesse momento, além da invasão de terra pública e da contaminação dos rios por mercúrio, agora há o risco do vírus para a saúde dos índios. Eles são mais vulneráveis a vírus. Um jovem yanomami de 15 anos morreu infectado na semana passada.

O trabalho do Ibama hoje é duplamente importante. E Salles quer que o Ibama não trabalhe, deixe de fiscalizar e de proteger os indígenas. Não permite a queima de máquinas de invasores, demite o diretor que permitiu a operação de proteção aos índios. Quando há recursos e operações, os funcionários do Ibama são reprimidos ao cumprir o papel para o qual são pagos com dinheiro público.

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