sexta-feira, 19 de junho de 2015

Financiamento do consumo e investimento social

Mais de metade das famílias brasileiras está endividada, um numero recorde da última década, e o modelo errático consagrou o financiamento do consumo, mas bem melhor seria se expandisse a todos a possibilidade da inclusão social.

Em linhas gerais, como a grande parte da população é assalariada o sistema de consignado, empréstimos e principalmente financiamento de veículo, não logrou pleno êxito. E isso sem falar na casa própria hoje com financiamentos que levam trinta anos e colocam os mutuários debaixo das agruras de um emprego fixo e capacidade econômico financeira para liquidar o financiamento.


A concentração de renda é um problema jamais combatido. Não nos parece que tributar o andar de cima resolva, mas encontrar nas grandes fortunas uma oportunidade e chance de aquinhoar os menos favorecidos. Depois de alguns anos vivendo esse circulo vicioso o governo se deu conta que além do endividamento estaria levando a risco muitas entidades financeiras em razão do calote.

Os juros subiram e os gargalos aumentaram, uma vez que o governo retirou os subsídios e a redução dos impostos foi gradualmente revista. A estratégia falhou e isso é fato notório, não houve uma correção da curva e nem tampouco de rumo.

Hoje o consumidor se sente preocupado e não vai as compras com tanto impulso ou entusiasmo. Aqueles capazes economicamente saem do País. Não se praticam preços de mercado, mas exacerbados, além do que o Estado deveria ter como norte ampliar e melhorar a rede pública de transporte, saúde, e porque não dizer fundamentalmente educação.

No entanto, não foi o que observamos. Pioraram o nível das escolas públicas, do atendimento à camada da população necessitada e o transporte igualmente. Assim tudo ficou mais caro e de pior qualidade.

O mercantilismo prepondera,mais ainda diante da tibieza do Estado e do fortalecimento de fundos que se cercam da crise e se tornam operantes para comprar e investir a pleno fôlego em razão de iliquidez do crédito.


A reversão do sistema é fulcral. Não adianta financiar o consumo se o consumidor não tem renda ou emprego garantido. Mais cedo ou mais tarde se tornará um inadimplente, e nunca antes se viu tanto registro de cadastro da impontualidade.

O caminho natural seria que se ocupasse o Estado do social, com investimentos pesados no transporte, na saúde, e na educação, com qualidade e aumento dos salários dos servidores, mas apostou no individual e errou gritantemente.

Outro aspecto relevante, no Brasil se pratica um preço muito salgado, e nem se quiser pagar à vista há desconto. O comerciante, lojista, olha com desconfiança e se vale da financeira para receber, não se importando se o consumidor vá pagar em dinheiro ou no cartão. O que lhe interessa é receber.

Errático na implementação de um programa que não mostrou musculatura para ir à frente, agora praticamos o ajuste fiscal. Tantos impostos foram retirados da indústria, com desoneração, e a conta final será do contribuinte.

Não nos iludamos, o financiamento do consumo por agentes capitalistas é uma bola de neve, que mais cedo ou mais tarde aparece, e a quebradeira demonstrará a desilusão de se investir no pessoal e não no coletivo, que poderia ter sido uma grande alavanca de criação de empregos, aumento de renda, crescimento e desenvolvimento.

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