terça-feira, 16 de junho de 2015

A imbecialização seletiva

Sabemos que dos anos 60 para cá, a mentalidade confessional-esquerdista no Brasil só se faz consolidar. Uma das suas consequências destacadas, ainda que indireta, é a formação de um consenso sobre a idiotia do pensamento de direita, seja ele conservador ou liberal. Na mesma proporção em que vem se propagando pelos meios cultural e político, o confessionalismo esquerdista faz crer que as alternativas a ele são meramente reacionárias, ou - o que é pior- mesmo fascistas; e, por isso, não devem sequer ser estudadas ou debatidas, pelo seu primitivismo.

A mentalidade confessional conseguiu injetar, desde o meio escolar até o meio culto, a noção segundo a qual estar ao lado da direita é defender posições torpes, como a desigualdade social, a exploração dos pobres, a discriminação dos negros e a manutenção de posições de poder econômico e político, para ficar nisso. Logo, não pode existir, neste ambiente degradado, um pensamento sofisticado e antagônico ao pensamento de esquerda. Somente este deve ser discutido, estudado e praticado. A pregação da linha justa inicia-se nas escolas, por meio de professores de história e ciências sociais; e são raríssimos os casos em que se oferece, a estudantes universitários, informação básica sobre pensadores não-marxistas, todos eles taxados de irrelevantes, menores e indecorosos.

O resultado deste fenômeno é a colonização das consciências por um esquematismo marxista, a todo momento e de todas as formas, reproduzido nos meios de comunicação e na Universidade. Você deve cultuar Marx, Lênin e Trotski, admirar Rosa de Luxemburgo, Luckás, Gramsci e Sartre. Foucault e Althusser são inexcedíveis. Adorno, Marcuse e Habermas, incontestavelmente profundos. Chomsky é inigualável. Até mesmo Tarso Genro,Frei Beto e Leonardo Boff são considerados intelectuais de respeito.


E quanto ao outro campo? Não há nada de inteligente nele e, por isso, é sequer mencionado. Ou quem discute, no ambiente culto brasileiro, Leo Strauss, Isaiah Berlin, Eric Voegelin, Raimond Aron, Roger Scruton, Fernand Broudel, Paul Johnson, Russel Kirk ou Jean Fraçois Revel, para ficar apenas em alguns nomes contemporâneos do pensamento "de direita?" Se são de direita, são certamente reprováveis in limine pelo subconsciente coletivo, abduzido por décadas de militância confessional-esquerdista, sem oposição e com a consequente imbecilização do país.

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