Há quem tenha a idolatria crônica a qualquer governo. Para esses é Deus no céu e o executivo, o legislativo e o judiciário na terra. Não há outra vida nem daqui pode-se salvar. Dão carteirada, ameaçam com o “Eu sou”, alguns até rugem com o famoso e brasileiríssimo: “Sabe com quem está falando?” E ainda se dão ares de merecer respeito!
Mesmo em tempos de liberdade não faltarão tipinhos desses por aí, azucrinando os ouvidos alheios com a ladainha dos que adoram viver sob a chibata e ainda dizer amém. São masoquistas de carteirinha, cheios de não me toques, respeitosos com os de cima, a quem se ajoelham, e petulantes com os de baixo para quem dedicam os ataques que não têm coragem de fazer ao Poder.
Deles não se pode desejar mais do que existirem como marionetes. Não aprenderão nunca o poder do riso quando as pessoas estão sob o tacão da esbórnia administrativa ou até mesmo agrilhoadas pela tirania. A História está aí mesmo para contar. Na ditadura, foi o riso que derrubou muito paredão; arrasou batalhão inteiro de hipócritas; e principalmente fez todo um povo pensar melhor sobre o que acontecia.
Se não teve força legal para interferir nos poderes, o riso deu força a que muitos por lá se fortalecessem em favor da liberdade. Nada mais dorido que o riso da galhofa. É uma chibata, mas também uma verdade crua presenteada como uma brincadeira. O riso mostra a cicatriz gozando na cara do algoz; revela que o Poder não tem tanto poder; que Poder não se sente ridículo, impotente, diante do riso?
Por que não rir daqueles que se acham estar tão alto, imunes, ou tão santificados, que só merecem a adoração? Ninguém tem o direito de ser tão inatingível. O riso mostra que é tudo igual por isso criado por Deus, com patente registrada no Céu. Vai encarar, ô meu?
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