Para quem insiste no chavão gasto de que combaterá a corrupção “doa a quem doer”, editar uma MP para adiar a vigência de uma lei moralizadora não é um bom remédio.
Estudo realizado pelo Ipea revela que, entre 2003 e 2011, a
União repassou quase R$ 30 bilhões a 10 mil entidades sem fins lucrativos, 15%
do total das transferências feitas no período. Atualmente, 3.500 contratos
estão em execução, sendo que só neste ano o desembolso já bate em R$ 900
milhões.
O volume de recursos associado a leis frouxas estimula a
corrupção e denigre a imagem das ONGs sérias.
A fartura é tanta que a ONG Articulação Semiárido Brasileiro
custeou a ida de 99 ônibus para um comício de Dilma em Petrolina (PE). Favor barato para quem recebeu repasses de R$
587,3 milhões em quatro anos, R$ 172,8 milhões em 2014.
As relações entre o governo e as ONGs são uma caixa preta.
Foram alvo de CPI inconclusa em 2009 e de dezenas de denúncias de corrupção.
Também foram falcatruas envolvendo ONGs que deceparam as cabeças dos ministros
Carlos Lupi (Trabalho), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esporte), no
primeiro ano de Dilma, quando foi aconselhada a se travestir de faxineira.
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