Lá pelos idos de 1940 e até 1950, Hollywood produziu filmes,
normalmente de classe B, em que o bandido quase sempre fugia para o Brasil.
Aqui era o reduto da bandidagem cinematográfica na mesma época em que Havana
era o refúgio da máfia norte-americana. O cinema convergia as cenas para o
paraíso tropical a fim de não comprometer as aberrações criminosas sob o regime
de Fulgêncio Batista. Colocar bandidos em Havana, na época, era contra os
interesses nacionais (deles). Então que viessem para o Rio – “Yes, nós temos
banana” também.
Os saudosistas podem ficar tranquilos. Os tempos estão
voltando. Mas os bandidos não são os de cinema, nem vivem em Hollywood, também
o paraíso da impunidade não fica no Rio dos cassinos, que já não existem. Agora
a bandidagem, que não é cinematográfica, nem estrangeira, nem estrela, prefere
uma pequena e desleixada cidade bem próxima ao Rio.
Depois de abrigar Marcelo Sereno e Maria Helena, prósperos
asseclas de Zé “Mensalão”, por um bom tempo, na primeira gestão de Washington
Quaquá, o grande nome das paradas já há algum tempo é Lurian Lula, dona de um
extenso prontuário de atuações em governos municipais petistas. Depois de
passear por São José, cidade vizinha de Florianópolis, onde abocanhou o cargo
de secretária de Desenvolvimento Social, quando trocou as cestas básicas pela
criação de um Cartão Cidadão, e ser figurinha na última campanha no Maranhão
ferrando 13 candidaturas petistas no estado, parece que se encantou pela
sujeira de Maricá, onde desde o ano passado vem participando da politicalha
local, nos bastidores, como confessou há tempos sobre sua preferência de ação.
E com tempo até para acompanhar o casal reinante em passeios internacionais e
na passarela do samba.
Lurian teria trocado São Paulo, o apartamento em
Florianópolis e as praias nordestinas pela suja e desleixada (pelo governo)
cidadezinha fluminense encantada. Por que deixaria o bem-estar lá de fora por
um muquifo em Maricá, sem ruas asfaltadas, saneamento básico, saúde, segurança?
Ou será, dizem as más línguas, que é uma cidadã virtual podendo
confortavelmente fazer seu trabalho através do mundo e receber tudo via internet?
Pois Lurian agora é a jornalista responsável (sic) pela revista Maricajá, de
propriedade do casal Quaquá, que tem como diretora nada menos do que a consorte
Zeidan, candidata à Câmara federal.
O caso Maricajá, agora nas mãos de Lurian, é o mais escandaloso
uso de verbas públicas para abastecer a empresa sem registro do prefeito, que
se tornou órgão oficioso e de propaganda da Prefeitura. E no comando agora
temos a sempre zelosa pelo bem do povo, Lurian, uma representante de sangue
azul dos pelegos. É ou não é a volta dos velhos filmes classe B, em que
pontuavam os mafiosos?