A economia, logo no primeiro momento, e a política, neste estágio atual, marcado pelas consecutivas e espetaculares operações da Polícia Federal e da Justiça, estão sangrando o país com requintes de crueldade e trazendo à superfície angústias, em uma primeira impressão, irremediáveis para a sociedade, até porque, como diz a sabedoria popular, o remédio ministrado em doses erradas, em vez de curar, mata o paciente.
A máxima vale para as medidas acachapantes do plano comandado por Joaquim Levy e por eventuais excessos dos órgãos cuja atribuição é o combate à corrupção.
Por mais que sejamos irresponsavelmente otimistas e consigamos enxergar algum avanço no combate às fraudes e na consolidação da democracia, o momento atual nos remete mesmo a uma espécie de esquizofrenia coletiva.
Parece que lidamos a todo tempo com uma bomba-relógio prestes a ser detonada no próximo minuto.
Nessa confusão total, políticos se dividem em grupos igualmente apreensivos. Com a prisão dos maiores empreiteiros deste país, as estrelas do PT estão se acuando, calando-se diante do medo das próximas declarações. Ao mesmo tempo, não petistas, em uma mistura de êxtase, mas também de medo, não sabem até que ponto podem ir.
Na tarde de ontem, pela primeira vez, um tucano de plumagem mais nobre foi citado por um dos delatores da Lava Jato, fazendo jus ao nome desta nova etapa da operação. Se há alguém que sai ganhando com esse estado de coisas, isso ainda não é suficientemente claro. Afinal, segundo Moro, é a hora do “Erga Omnes”.
Porém, à tripulação, incluindo pequenos e grandes notáveis, cabe outro ditado que diz que canja de galinha e prudência nunca são demais. O Brasil precisa continuar existindo após o devido processo de condenação e prisão de seus bandidos.
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