sábado, 31 de maio de 2014

Somos todos coniventes

Dia desses, um taxista do ponto da minha rua comentou, entediado, Este ano tem eleição... Aí os políticos vêm com aquela conversa mole, querendo nosso voto... Eles só lembram da gente de quatro em quatro anos... E eu respondi, Mas você também só se lembra deles de quatro em quatro anos... O Poder Público reside tão distante da realidade da maioria dos brasileiros que perdemos completamente a noção não só de para que servem os mandatos que delegamos a vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República, como também esquecemos que somos nós os responsáveis pela qualidade dos políticos que elegemos. A composição dos poderes legislativo e executivo de alguma maneira é um espelho fiel no qual nos recusamos a nos ver refletidos.
A corrupção da qual acusamos os políticos é um câncer que corrói toda a sociedade brasileira, sem distinção, por mais que teimemos em, individualmente, rechaçar essa acusação. É sempre mais fácil lidarmos com algo que encontra-se no horizonte, como possibilidade, que admitirmos nossa participação efetiva em algo que condenamos. Por isso, aceitamos que existe uma grossa corrupção “lá” em Brasília, mas nos ofendemos quando alguém ilumina-a em nosso cotidiano.

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