Que Pasárgada, que nada. O Brasil descrito por Dilma Rousseff no artigo que encomendou a algum subordinado, assinou e publicou na Folha de 1° de janeiro é uma espécie de Alemanha com praias sempre ensolaradas e carnaval ─ além de pronto para revidar aqueles 7 a 1 da Copa de 2014. A coisa estaria perto da perfeição se não fossem as apostas da oposição no quanto pior, melhor, o pessimismo dos pessimildos e a perseguição movida ao PT pela imprensa direitista.
No Brasil que só ela sabe onde fica, o crescimento econômico já começou, a inflação vai cair antes da Páscoa, os desempregados cabem numa van, a corrupção foi erradicada pelo PT, as reservas em dólares são de matar de inveja o governo chinês e a gastança acabou, fora o resto. O trem bala e a transposição das águas do São Francisco vão esperar mais um pouco, verdade. Mas a culpa é da herança maldita de FHC e das vinganças de Eduardo Cunha.
Em vez de confinar numa singela página de jornal tantas notícias extraordinariamente estimulantes, por que a presidente não tratou de divulgá-las aos berros num pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão? Porque a farsa acabou. O rebanho tapeado por 13 anos perdeu a paciência. Assim que aparecesse na telinha aquela carranca que funde presunção e ignorância, um gigantesco panelaço avisaria que o Brasil real está farto de vigarices e vigaristas.
Nem as vírgulas do artigo assinado pelo neurônio solitário são confiáveis. Ou aparecem no lugar errado ou somem de onde deveriam estar. Tudo somado, o texto só serviu para antecipar o que se deve esperar do governo enquanto Dilma permanecer no cargo que vem desonrando há cinco anos: muita mentira, muita incompetência ─ e nenhum sinal de vida inteligente. Além de muita saúva, pouca saúde ─ e nenhum vestígio de vergonha.
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