A economia cobra com juros suas duras lições. As transferências de renda e o endividamento acelerado não conseguem sustentar a ampliação contínua do consumo de baixa renda. A prosperidade dos trabalhadores depende do aumento de sua produtividade, o que exige permanente acumulação de capital e incessantes investimentos em educação.
A crise política agrava a crise econômica e por ela é realimentada. Com instituições democráticas ainda em aperfeiçoamento, dependemos do excepcional desempenho de uns poucos indivíduos. São notáveis os exemplos de Joaquim Barbosa e Sergio Moro no Poder Judiciário.
“Os grandes eventos da História são determinados por muitos fatores, mas o mais importante é sempre a qualidade das lideranças. Afortunadamente para a América, a geração de políticos que emergiram para liderar as colônias rumo à independência foi um dos mais formidáveis grupos de homens da História: sensíveis, mentes abertas, corajosos, bem educados, talentosos, maduros e dotados de visão de longo prazo”, celebrava o historiador inglês Paul Johnson, em “Uma história do povo americano” (1997). Nem foi preciso mencionar a precondição da honestidade ao referir-se a Washington, Franklin, Jefferson, Hamilton, Madison e Adams.
No Brasil, o irresistível apelo da solidariedade arrastou-nos compreensivelmente a uma hegemonia política social-democrata. Mas o resultado de suas enormes limitações cognitivas e de sua obsoleta plataforma foi o aprisionamento do país nesta armadilha de baixo crescimento, inflação persistente e uma desconcertante degeneração da política numa teia de corrupção resultante do excesso de gastos públicos.
Não falo das necessárias transferências de renda aos pobres, mas sim dos gastos e impostos disfuncionais e abusivos que transformaram o país no paraíso de corruptos e rentistas e no inferno de empresários e trabalhadores.
Paulo Guedes
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