segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Os horrores de uma guerra que Israel tenta esconder do mundo

Ou as Forças de Defesa de Israel têm má pontaria ou para elas pouco importa matar deliberadamente civis inocentes, de preferência mulheres e crianças, desde que aqui e acolá matem vez por outra combatentes armados ou desarmados do grupo Hamas.

Se você dispara um míssil contra um prédio ou um conjunto deles, seja durante o dia, mas principalmente à noite, é impossível desconhecer que o míssil não distinguirá entre homens armados ou desarmados, mulheres e crianças que ali habitam.

Você poderá chamar de “danos colaterais” a morte de inocentes. Eu chamo de assassinato em massa, genocídio, holocausto como o que dizimou milhões de judeus, ciganos e outras minorias na Alemanha de Hitler à época da Segunda Guerra Mundial.


Durante séculos, a palavra “holocausto” foi usada para designar grandes massacres. Desde os anos 1960, porém, o termo passou a ser usado por estudiosos e escritores para se referir especificamente ao genocídio nazista contra o povo judeu.

Quase 70% dos mortos na Faixa de Gaza nos primeiros seis meses da guerra eram mulheres e crianças, de acordo com o mais recente relatório da ONU. Em números: das 8.119 mortes investigadas, 3.588 foram de crianças e 2.036 de mulheres.

A vítima mais jovem era um menino de um dia de vida, e a mais velha uma mulher de 97 anos. O conflito se arrasta há 13 meses. Segundo as autoridades de saúde palestinas, nesse período o número total de mortos já ultrapassou a casa dos 43 mil.

O relatório diz que os números indicam “uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário”. A esmagadora maioria das mortes ocorreu em prédios residenciais ou habitações similares.

Crianças de cinco a nove anos representam a maior faixa etária atingida, seguidas por aquelas de 10 a 14 anos e, por fim, as de até quatro anos. Em 88% dos casos verificados, cinco ou mais pessoas foram mortas no mesmo ataque por armas de uso israelense.

Os funcionários da ONU encontraram 484 famílias que perderam entre cinco e mais de 30 membros. A família Al Najjar perdeu 138 dos seus membros, entre os quais 35 mulheres e 62 crianças; a família Al Astal perdeu 94, sendo 33 mulheres e 45 crianças.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, comenta: “Esse nível sem precedentes de mortes e ferimentos de civis é uma consequência direta da falha em cumprir os princípios fundamentais do direito humanitário internacional”.

Quase 2 milhões de pessoas, 80% dos que ainda vivem na Faixa de Gaza, passaram por deslocamentos ordenados por Israel. Os palestinos estão limitados a 20% da área que antes ocupavam. É dramática a escassez de água, luz, comida e remédios.

É uma guerra cujos horrores Israel tenta esconder do mundo, uma vez que a imprensa é proibida de acompanhá-la no local. Pelo menos 129 jornalistas e profissionais da mídia palestinos foram mortos, informa o Committee to Protect Journalists (CPJ).

Este foi o ano mais mortal para jornalistas desde que o CPJ começou a registrar os números em 1992. Nas primeiras 10 semanas da guerra, mais jornalistas foram mortos na Faixa de Gaza do que em qualquer país ao longo de um ano inteiro.

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