terça-feira, 19 de abril de 2022

A batalha final do Donbas

Putin, e as suas forças militares, vão jogar tudo na batalha do Donbas. E os ucranianos, por sua vez, sabem que será ali, no Sul do país, a zona mais martirizada pela guerra, que terão de apostar as suas melhores forças e equipamentos para derrotar, de uma vez, o exército russo. Está tudo conjugado para um confronto duro, direto, e poderoso, no final de abril, início de maio. Nenhuma das duas forças tem espaço para falhar. Há analistas americanos que apontam para uma batalha de dimensões só vistas na II Guerra Mundial.

Estando nas últimas, e com o seu porta-voz a reconhecer pesadas baixas na Ucrânia, a aventura desastrosa e criminosa de Putin vai resumir-se em mais uma tragédia para as suas forças, para os seus soldados, e para o seu país. O Donbas não vai refazer a reputação das forças militares russas, que estão agora a juntar as sobras militares das frentes do Norte e Leste. A Rússia não pode desguarnecer outras frentes e fronteiras, particularmente com a NATO, e por isso o que vai para o Sul é o que resta da ideia megalómana de conquistar a Ucrânia, e Kiev, em 72 horas.

Jogue-se o que se jogar, a batalha de Donbas não será uma vitória para os russos. Não pode ser. Os ucranianos estão a receber cada vez mais equipamento militar dos aliados da NATO, ligeiro e pesado, estão ansiosos por dar uma coça nos russos, de uma vez, e também estão a deslocar os seus batalhões mais bem equipados para a última frente de batalha. Com um pormenor agora revelado: o Pentágono está a partilhar informações e sugestões com o comando militar ucraniano, e isso, com a ajuda do equipamento ultramoderno, resultará no enxovalho final das forças militares da Rússia.

Como é que Putin não consegue perceber que vai ser derrotado? Como é que não evita mais mortes, destruição insensata, e crimes contra a Humanidade? Não tem cara, nem coração, de quem aceita perder, mas bastaria olhar para Mariupol para concluir que nunca sairá bem, e ileso, desta loucura militar: 43 dias depois, Mariupol está cercada, mas nunca foi tomada pelos russos. Não conseguiram, mesmo destruindo 90% da cidade e do porto. Isto não fez soar os alarmes no Kremlin? A batalha final do Donbas, mais cedo do que tarde, vai ser o pano que cai no teatro de guerra. Putin já não tem concerto.

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