Para ele a maneira centralizada com que o MinC vinha funcionando nos últimos anos era obsoleta e não dava lugar ao principal ente da cultura: as cidades. "A nação nesse sentido é uma ficção. A cultura existe nas cidades", afirmou em conversa com a BBC Brasil.
O Estado sempre se serviu da cultura para se defender. Com uma identidade, você tem controle mais fácil sobre as pessoas. Se não tiver um Estado para nos dizer isso, vamos viver num mundo bem melhorNa sua visão, a discussão sobre o fim do órgão resvala em uma noção, ainda bastante patriarcal, do Estado como provedor e centralizador de um discurso cultural que parece já não caber em uma sociedade tão fluida, tão diversa.
"Ter um ministério assim é fruto de um pensamento aristocrático, paternalista, patriarcal e centralizador. A cultura não pode ser centralizadora."
No bate-papo, o ex-diretor do Masp (Museu de Arte de São Paulo) expõe uma preocupação maior com a rediscussão do papel do Estado na área do que com a resistência cultural ao fim do MinC: "O Estado não é um salvador da cultura, ela existe fora dos jogos governamentais".
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