Se não fossem as óbvias consequências funestas para a República e para as próximas gerações, que herdarão o que sobrar do nosso Brasil, seria curioso e, talvez, divertido observar o comportamento da presidente Dilma em reuniões com o ministério, deparando-se com a figura desconfortável do ex-presidente Lula no papel de subalterno. Tão interessante quanto isso, seria observar Lula escutando desaforos e ordens desconexas da mulher sapiens que ele encastelou no Planalto. Será que ela atribuirá algum tipo de meta para o trabalho de Lula? Será que conseguirá tratá-lo da mesma maneira deselegantemente ríspida com que trata quem está abaixo na sua escada hierárquica? Será que terá a mesma falta de paciência que tem com qualquer um que minimamente lhe desagrade?
Por outro lado, qual será o comportamento do ex-presidente que se subordinará a alguém tão obviamente inadequada para suas incumbências quanto é Dilma? E seus colegas de ministério, que já foram submissos e obedientes, e agora são seus pares? Será que chegaremos ao ponto de ver Lula engolindo sapo para não perder o cargo e o foro privilegiado?
O fato é que nenhum dos dois, Dilma ou Lula, estarão à vontade na situação que conseguiram provocar. Dilma, caso não seja obediente ao novo ministro, corre o risco de perder ainda mais o controle do governo, arriscando-se também a perder o próprio governo. Lula, que já faz muito tempo que não pega no batente e nem precisa obedecer ninguém, corre o risco de cair nas garras do Supremo e sair do Planalto no camburão da PF.
Estamos diante de um fato único em nossa história. Um ministro que intimida e obscurece a presidente, e é capaz de falar ainda mais descabidamente sem sentido que ela. A dominação exercida por Lula no governo Dilma já era evidente antes da decisão de nomeá-lo ministro de qualquer coisa com o único objetivo de tentar torná-lo intocável. Vamos observar, portanto, o comportamento das instituições responsáveis pela manutenção da integridade política dessa nossa sofrida nação.
Agora, temos um ministro que utilizará seu cargo para produzir sua defesa diante do povo brasileiro em tempo integral, negando a propriedade do sítio com objetos retirados do Alvorada, negando a propriedade de apartamento chique na orla chique do Guarujá, cuja reforma foi mais cara que os jardins da Casa da Dinda, negando o Mensalão, o Petrolão, a Zica e, se for necessário, até o Mineiraço. Isso pode durar até o final do mandato de Dilma, e o ministro ainda terá as máquinas de fabricar dinheiro e de insultar opositores na mão para a campanha. Claro, se ele não for preso antes...
Maurício Terra
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