Nada mais compreensível. Carnaval é movido à alegria e descontração. Um mutirão contra o mosquito que transmite doenças, a medo e constrangimento. O bloco era liderado pela fanqueira Anitta. O mutirão, pela presidente Dilma Rousseff.
Anitta é popular e entrega o que promete – sucessos musicais, além de uma coreografia que encanta. Dilma... Bem, Dilma não é popular. Sua performance é um desastre. E não entregou o que prometeu ao se reeleger. O que une Aniita e Dilma: o gosto pelo marketing.
A estreia do bloco “As Poderosas” foi uma jogada de marketing que deu certo, arrastando entre 180 mil a 400 mil pessoas. O mutirão, apenas uma jogada de marketing para vender a ideia de que o governo está empenhado em combater o que mais aflige os brasileiros neste momento.
O governo mobilizou 220.000 homens das Forças Armadas para que visitassem três milhões de casas, distribuindo panfletos com informações básicas sobre o Aedes aegypti. Os militares passaram longe das áreas das cidades dominadas pelo tráfico de droga.
Essas áreas costumam estar entre as mais miseráveis e sujeitas à ação do mosquito. Dilma foi vista em um bairro pobre da zona norte do Rio. As ruas por onde passou e as casas que visitou receberam tratamento VIP da empresa carioca de limpeza.
Dilma comemorou no fim do dia o êxito do seu governo. Anitta, o êxito do seu bloco. O governador Luiz Fernando Pezão, do Rio, acompanhante inseparável de Dilma, esse não teve o que comemorar. Mico não se comemora.
Pezão pagou o mico de dizer a uma repórter que não era a ocasião de ela perguntar a Dilma sobre a situação do saneamento básico no país, mas sim sobre o combate ao mosquito. Como se mosquito e saneamento básico não fossem temas afins.
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