Olhemos para trás: no decênio 40/50, éramos 52 milhões de habitantes e, hoje, 208 milhões, quinta nação mais populosa do mundo; economicamente irrelevante, o Brasil era uma gigantesca fazenda mono-exportadora de café, atualmente, figura entre as 10 maiores economias do Planeta; a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos, hoje, chega a 72,8 para homens e 79,9 para mulheres; a taxa de mortalidade infantil era de 146 óbitos por 1000 nascidos, em 2018 estão registrados 12,4 óbitos por 1000 nascidos.
Com efeito, os números são quantitativamente expressivos, porém quando cotejados com certos indicadores revelam desafios monumentais a serem enfrentados urgentemente. É o que revela o PISA, indicador da OCDE que trienalmente avalia alunos de 15 anos, em 79 países, mostrando o Brasil estagnado na 57ª posição; O IDH, atolado no 79° lugar entre 189 países; medido pelo coeficiente de Gini, o Brasil aparece como o 9° país mais desigual do mundo.
Ora, existe alguma incongruência na comparação dos dados? Não. Os primeiros medem aspectos quantitativos e o segundo conjunto se baseia em critérios qualitativos. A qualidade fará a diferença na medida em que aperfeiçoa as pessoas, tornando-as aptas a assimilarem os súbitos avanços da ciência e da tecnologia, assim como participarem das novas configurações político-institucionais. Neste sentido, o desafio central da humanidade é assegurar a liberdade em todas as suas dimensões.
E o Brasil pode? A sociedade brasileira, em vários episódios, vem mostrando a força das instituições e espírito empreendedor a exemplo da competitividade do agronegócio: terceiro produtor agrícola do mundo; safra de 2018/19, produção de 240 milhões de toneladas (área plantada de 2008/09, 42 milhões de hectares e, em 2018/19, 49 milhões de hectares, 16% para um incremento na produção de 78%). A produtividade é amiga da floresta.
E o Governo? “Cuidar da porteira para fora”, diz um líder do setor, referindo-se à precariedade da logística.
Eis aí o caminho a ser trilhado: tornar produtivas as pessoas para a vida e, como é impossível predizer o futuro, seguir o conselho de Yuval Harari: “Se libertar do passado e imaginar destinos alternativos”.
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