quinta-feira, 7 de abril de 2016

Um monte de Mandrakes no circo da política

Vamos que as oposições à presidente Dilma consigam na Câmara os 342 votos necessários a que Madame seja afastada do poder por 180 dias e se veja submetida à decisão do Senado, que por maioria de seus integrantes precisará votar o impeachment. São várias as hipóteses. Perder na Câmara e ganhar no Senado, por exemplo. Nesse caso, Dilma voltaria ao palácio do Planalto depois de prolongadas férias, mas durante os 180 dias governaria o vice Michel Temer, podendo mudar o ministério inteiro, só para ver Dilma recolocar no lugar os afastados pelo substituto.

Uma confusão dos diabos que deixaria o governo em frangalhos. A presidente, no retorno triunfal, escolheria novos ministros ou inauguraria outra administração? Como se daria o troca-troca, diante dos partidos? De qualquer forma o vice não teria sido afastado e, reocupando o palácio do Jaburu, que tipo de relações manteria com a titular recuperada?



Outras possibilidades existem, como a de Dilma permanecer sem ser afastada, por falta de 342 deputados favoráveis à sua degola. Há também a opção de seu vice não mudar um só ministro durante o interregno de meio ano. Itamar Franco mudou todo mundo, até os ministros militares, na certeza de que Fernando Collor não voltaria, porque renunciou.

De qualquer forma, as previsões são trágicas para o futuro do país, mesmo a de Dilma não ser afastada nem temporariamente. Enquanto isso, a economia vai despencando em vertiginoso ritmo, tanto faz se terá dois, três ou quatro ministérios.

Vale tudo nessa guerra sem quartel, inclusive ilações sobre a saúde mental da presidente. A mais recente especulação fala da realização de eleições gerais para presidente, vice e para o Congresso já no próximo mês de outubro, mágica a pressupor um monte de Mandrakes, porque exigiria golpes de estado, mudanças constitucionais, renúncias e redução de mandatos.

Em suma, quanto mais se mexe, pior fica. O deserto de homens e de ideias avança a cada dia, para não falar na ausência de partidos políticos capazes de botar ordem no caos. Até o Supremo Tribunal Federal entra na lambança, supondo-se que vá decidir se o parlamentarismo pode ser estabelecido por emenda constitucional, depois de o eleitorado haver votado duas vezes pelo presidencialismo, como dita a Constituição.

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