Num voo noturno
Pousou nesse solo
Um ser abjeto,
Dentes pontiagudos,
De secretos dolos
E pesados coturnos.
Trouxe à tiracolo
Um pesado livro
De pesadelos soturnos,
Que abriu, espalhando
A desgraça: fruto
Do seu próprio crivo.
A ave indigente
De ares sisudos
E olhos de fel,
Não sabe ser gente,
É réu da desgraça,
Senhor da discórdia.
Por onde ele passa,
Espalha, sem dó,
A franca mixórdia;
- Paródia do demo,
Triste criatura,
Que habita o supremo!
Ana Bailune
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