A Constituição é clara: o vice substitui o titular se ele morre, renuncia ou é impedido. E se não o fizer, o Congresso elege um novo presidente. Temer quis substituir Dilma. Conspirou para tal. Imaginou que se beneficiaria de sua rala aprovação para promover as reformas que Dilma não teve coragem, não quis fazer ou não teve apoio para fazer. Ao fim e ao cabo, garantiria um lugar na história.
O que deu errado? Subestimou a inconformidade dos brasileiros com a corrupção despertada pelas ações da Lava Jato. Montou um time de ministros e de assessores manchados pela suspeita de que haviam prevaricado. Alguns caíram de imediato. Outros, depois. Há os que resistem a cair e seguem fazendo mal à imagem do governo. Por fim, Temer, ele mesmo, acabou denunciado por corrupção passiva.
E por que balança, balança e não cai? Primeiro porque é visto pelos políticos enrolados com a Justiça como um deles, interessado em se proteger e em proteger a todos. Segundo porque aos partidos, artífices de um sistema político que apodreceu, precisam de tempo para se preparar para as próximas eleições. Ainda não têm candidatos. Faltam regras. Antes delas, é preciso enfraquecer a Lava Jato.
Temer já entrou para a história como o primeiro presidente da República no exercício do cargo denunciado por crime comum. Não é pouca coisa. Resta saber se não entrará também como o terceiro a ser derrubado no curto período democrático de 25 anos.
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