Os números também deixam claro que a região terá dificuldade em contribuir para o primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) — adotado com mais 16 metas em setembro de 2015 — caso a economia siga andando devagar até 2030. Em 2016, por exemplo, a economia regional deve retrair 1%.
Por esse motivo, e também para não perder os avanços sociais conquistados na época de vacas gordas, os economistas buscam promover novas formas para estimular o crescimento econômico latino-americano sem depender tanto das matérias-primas.
Também é importante impulsionar o crescimento econômico das demais regiões em desenvolvimento. Se a economia global continuar crescendo como nos últimos 10 anos, o índice de pobreza extrema no mundo cairá para 4% em 2030. E, se forem considerados os índices de crescimento nacionais dos últimos 20 anos, a população global vivendo em extrema pobreza será 6%.
Proteção social
Uma diferença importante entre a América Latina e as demais regiões está no funcionamento de programas de transferências de renda (como o Bolsa Família, do Brasil, e o Prospera, no México), alimentação escolar, mercado de trabalho e seguridade social, entre outros. Entre os latino-americanos mais pobres, cerca de 60% estão cobertos por iniciativas de proteção social.
Enquanto isso, nas regiões menos favorecidas, os programas não são grandes o suficiente para combater a pobreza, segundo o estudo do Banco Mundial. Na África Subsaariana, por exemplo, apenas 15% dos mais pobres têm acesso a um benefício desse tipo.
A América Latina ainda se destaca pela maneira como registra e examina os indicadores de pobreza. “Recentemente, alguns países, como Colômbia e México, adotaram medidas que visam captar a natureza multidimensional da pobreza, avaliando o quanto as famílias são carentes de formas diferentes (em termos de saúde, educação, habitação e oportunidades do mercado de trabalho)”, informa o relatório.
Conquista global
Apesar dos desafios para todo o mundo em desenvolvimento, pela primeira vez na história, o índice global de pobreza extrema ficou abaixo de 10% em 2015. Trata-se de uma redução de mais de dois terços desde 1990, quando 37% da população vivia com até US$ 1,90 por dia.
O documento do Banco Mundial também destaca que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir a pobreza pela metade foi cumprido, e que o novo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 1 se baseia nessa conquista.
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