Prenda o juiz, pressionem o Supremo e controlem a Polícia Federal
O governo deu nesta terça-feira, 22, a pincelada final no seu mais duro pacote anticrise e anti-impeachment, que inclui basicamente seis pontos: ameaçar a Polícia Federal, colocar o juiz Sérgio Moro sob suspeição ao atacar a divulgação dos áudios, constranger o Supremo, transformar o Palácio do Planalto e a Advogacia-Geral da União em bunker petista, atirar (como sempre) nos mensageiros e dizer que a “estabilidade democrática” corre riscos.
Falta nesse pacote, como sempre, uma única palavra sincera sobre a gravidade dos fatos revelados pelo conjunto da Operação Lava Jato, que nesta terça esteve novamente nas ruas em mais uma surpreendente e reveladora etapa.
Enquanto Dilma Rousseff, a presidente, e seu advogado, José Eduardo Cardozo, discursavam no Planalto, os policiais interrogavam e prendiam mais uma leva de acusados de terem cometidos pesados crimes.
Ambos, no entanto, apenas falaram em “combater a corrupção” de maneira conceitual, quase etérea, preferiram repisar a toada de criminalizar a investigação e o impeachment.
Caberá à Justiça definir se a Lava Jato extrapolou direitos e garantias institucionais e individuais. Se extrapolou, a lei deve ser cumprida. De resto, se o pacote vai dar certo, os próximos dias responderão. Já é líquido, porém, que Dilma colocou sua biografia sob julgamento da história.
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