A pergunta é por que se afasta uma chefe da nação eleita pelo voto direto, duas décadas depois de outro por igual processo. Não terá sido por conta de uma Fiat Elba, num caso, e agora em função de pedaladas ou da nomeação de um novo chefe da Casa Civil, em outro, mesmo em se tratando do Lula. Esses foram pecados, jamais justificando chamas eternas.
Colllor, e agora ao que parece, Dilma, estavam ou estarão condenados bem antes do julgamento. Deveu, um, e deverá, outra, seu afastamento às próprias personalidades. Assumiram como numa monarquia, esquecidos de que a República fora proclamada há mais de cem anos. Uma vez investidos no poder, julgaram-se acima do Bem e do Mal. Adotaram a postura de rei, um, e de rainha, outra, ignorando a maior das qualidades que deveriam ostentar: a humildade. Mesmo que no fundo se julgassem superiores à humanidade, precisariam disfarçar. Fernando Henrique, por exemplo, encenou essa farsa, mas saiu aplaudido.
Collor por jovem demais, Dilma, por formação ideológica, esqueceram de atentar para os sentimentos do povo à sua volta. Imaginaram governar um país obrigado a render-lhes não apenas homenagens, mas obediência ostensiva. A cada pronunciamento ou aparição pública, estavam quilômetros acima de suas bases, sem atentar para que a população, tendo ou não votado neles, rejeita a presunção, o orgulho e a prepotência. Especialmente da parte dos que deveriam respaldá-los.
Claro que diferenças existiram e existem entre eles, mas aproximam-se de uma semelhança definitiva: um triste final.
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