A senhora presidente da República já não mais governa. Ocorre que, por uma pequena diferença de votos, acabou reeleita (maldita reeleição; só fez mal ao Brasil em todos os aspectos; fez o país retroceder sem dar-lhe qualquer compensação, pois seu governo vai de ruim a péssimo, sem desviar-se do irresponsável). Assim, há que dar-lhe substituto quanto antes, porque cada dia que passa é um travo goela abaixo dos brasileiros a juntar-se a muitos outros que se acumulam, com seu peso insuportável de amargor, bloqueando a feliz esperança nutrida pela brasileira.
Voltemos um pouco atrás. Doze anos já atravessamos de lulopetismo. Foi um tempo sem imaginação e sem prosperidade. Nada se fez sob o impulso da criatividade. Nosso Guia gaba-se muito de uma revolução social que teria deflagrado. Não é verdade.
As sementes do pífio plantio começaram antes, com o governo FHC, que não se descuidou desse lado esquecido da nossa miséria e entregou à própria mulher, Ruth Cardoso, a grave responsabilidade de cuidar do setor. Laboriosa, deu o arranco inicial.
O princípio de uma missão social funda-se no sucesso. A iniciativa precisa viver e crescer, longe da demagogia barata, da exploração política mentirosa, da exploração daninha que lhe tolhem os frutos que desejam nascer. Foi o que se fez.
Ainda como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, seu futuro sucessor, de quem brotaram os ramos do combate à inflação, sofreu o mais sério e árduo combate jamais visto entre nós. Os brasileiros se esqueceram desse serviço que saneou o país. Só agora, com os acontecimentos que borram os anos tristes dos seus sucessores, é que se começa – pelo menos espero – a compreender esse veneno que inevitavelmente percorre duas fases: a felicidade falsa e o bem-estar mentiroso e sem consistência que são portas e janelas que o governo, sem compromisso, sempre mantém escancaradas para deixar entrarem as dançarinas da farra que só multiplicam os preços sem ficar nada em troca, senão a miséria.
Estamos duramente experimentando esse crime desferido no âmago da nação. Valeu a pena substituir a felicidade permanente dos preços estáveis pela carestia que nunca dorme? Esta é como aquela cobra a que Nosso Guia se referiu há poucos dias, depois de distorcer fatos a mancheias; com o mau gosto da linguagem paupérrima, salpicada de afirmações falsas, exibiu, mais uma vez, o tamanho da sua teimosa mediocridade.
Você, meu caro leitor, por acaso ouviu falar do estardalhaço do lançamento do “programa” Nova Matriz Econômica? Onde foi parar a loucura? Há indícios que ainda estão chafurdando nessa lama pegajosa.
O Brasil carece de adotar um instrumento grego muito antigo e eficaz: o ostracismo, que os norte-americanos chamam de “accountability”, para punir esses técnicos que, amarrados a suas ideologias exóticas, são perigosos em funções de maiores responsabilidades. A punição com pena de afastamento do setor público por algum tempo desses aventureiros decerto seria exemplar. Entre nós, nos asseguraria grande avanço para resguardar o setor econômico-financeiro dos flibusteiros empedernidos.
Em minha opinião, precisamos modernizar o Banco Central, dotando-o de autonomia operacional e efetivo controle na expansão da moeda e do crédito e na taxa de juros; que seja um banco central. A autoridade monetária foi e é muito tímida e dependente dos heterodoxos. Que mágica eles usam para xeretar quando lhes dão espaços indevidos?
Senhora presidente, seu governo, como política e administração, acabou. Poupe-nos e renuncie.
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