Máscaras são símbolos do engodo. É disfarce que esconde a identidade. Distorcem a realidade. Substituem as verdadeiras feições por ficções planejadas. Ajudam a mistificação buscando a associação do usuário com algum tipo de autoridade incontestável, superioridade moral, ou qualquer outra forma reivindicar papel, importância, ou relevo social que jamais teve.
Máscara é palavra que é proveniente do latim (mascus ou masca; "fantasma") derivado do árabe (maskharah, palhaço; e do verbo sakhira, "ao ridículo"); ou do hebreu (masecha), cuja tradução seria algo como "ele zombou, ridicularizou". Nos dois casos, consistente com o que se viu.
Remove-la, foi (e talvez continua sendo) traumático, chocante. A dissonância entre a face real e a imagem que o mito projetava agride os sentidos. Mas era esperado e consistente com a origem da palavra.
Verificar aquilo que se dizia e se fez quando ninguém olhava, fazer cair a mascar, enfim, revelou rostos imperfeitos, atitudes discutíveis e personagens duvidosos. Tudo escondido em mistura já conhecida de vulgaridades e meias verdades, sempre servidas com doses generosas de mentiras completas.
O que se viu, e principalmente se ouviu, foi duro, mas realidade. Estava comprovado. O personagem era representação falsa, ilusória de si mesmo, disposto a revelar sua verdadeira natureza apenas quando seu rosto (ou voz) permanecesse escondido. Sob o conforto do anonimato, sua identidade ficaria obscurecida. Somente suas ficções, e não as feições fariam historia. Bastou dar-lhe uma mascara para que ele se revelasse de verdade.
E o que se viu, foi triste. Almas autoproclamadas puras revelando perspectivas, opiniões, ações, e intenções fundadas no desprezo profundo pela inteligência e dignidade alheias. Demonstrações incontestáveis de desprezo pela democracia e horror às instituições. Desrespeitos a lei, e aposta no seu descumprimento.
Revelou-se, enfim, o projeto de fundação de uma republica de bananas. Onde, sem duvida, faltariam bananas para todos. Claro.
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