A gente fica pensando para onde irá o Lula, se for. Em qualquer caso, nas condições políticas atuais, dará lambança. Tendo elevado Dilma à presidência, jamais se afastou do poder. Mesmo sem função efetiva, sua estrela sempre brilhou mais do que a dela. Talvez por questões de orgulho da sucessora, nunca recebeu missão, nem interna nem externa.
Agora, caso verdadeira a versão atual do Lula-ministro, será uma espécie de superpresidente. Não faltará às reuniões ministeriais e opinará em cada questão em debate. Como será consultado em cada entrevero governamental. Bater de frente com colegas de gabinete equivalerá ao mesmo do que impor sua vontade. Quando sua opinião e a DELA se chocarem, não deverão ser esperadas explosões. Tentarão ocultá-las, tanto quanto não deixarão que a opinião pública tome partido de eventuais divergências. Mesmo assim, quinze minutos depois as manchetes exporão os detalhes.
Há quem suponha Madame não suportando a convivência, mas será assim ou não será. Em outras palavras, no terreiro manda o novo galo. As diretrizes de governo, por sinal hoje inexistentes, serão dadas pelo Lula. Por exemplo: mesmo sem o ex-presidente ser designado para a Fazenda (ou a Economia), iniciativas de contenção e sacrifício serão substituídas por medidas capazes de dar alento às classes menos favorecidas e esperanças à classe média. Mais impostos e dificuldades, do tipo reforma da Previdência Social ou nova CPMF ficarão guardadas no porão. Entrarão em campo a novas reservas monetárias excepcionalmente utilizadas, assim como dificuldades adicionais ao lucro dos bancos. Quem quiser que entenda, mas a reviravolta é condição essencial para o ingresso do Lula no ministério. Não significa que o governo vai mudar, nem que tudo se faça para livrar o primeiro companheiro das garras do Sergio Moro, pois a oportunidade é de uma reviravolta. Só que com o mesmo time.
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