quinta-feira, 5 de setembro de 2019

À luz das queimadas

Fogo não apenas destrói, como gostam alguns, mas transforma em cinzas. A mais visível de suas qualidades é iluminar. E como ilumina! Basta seguir o clarão que faz nas florestas e campos amazônicos ou do Cerrado para se ver com mais claridade o que há por trás das queimadas.

Ninguém pense em encontrar a "soberania nacional", essa fica entre as cinzas. Nada mais fácil de se levar pelo vento.

O clarão ilumina a monstruosidade do que brasileiros fazem com sua própria terra, que "patrioticamente" defenderão a qualquer custo, e contra compatriotas da raça que forem. Expõe o pensamento da coivara mental. Incendeiam mentes.

O grande valor daquela região não está sobre a terra para produzir os alimentos para vender a granel, nem muito menos debaixo dela para estrangeiros esburacarem tudo, poluírem. darem os trocados e deixarem a sujeira para os que restarem cá limparem. O mais importante ali é o ar que permite purificação do carbono e auxilia as correntes de vento e chuvas. Por isso sua importância que dinheiro nenhum paga.

(Ou querem que Donal Trump ofereça um troco para a Amazônia desmatada completar o combo com a Groenlândia descongelada ?)

A luz do fogo clareou bem o arcaísmo de integrar para não entregar, pois a Amazônia é nossa. Sob essa bandeira de uma doutrina colonialista, lotearam grandes extensões depois derrubadas para plantações que não vingaram, cortaram árvores para as transamazônicas rodovias nunca acabadas, que mais serviram à grilagem e tráfico ilegal de madeira. Nada diferente do que portugueses começaram desde o litoral em 1500.

Nunca não houve governo interessado em verdadeiramente explorar a riqueza da floresta em pé. Prefiram como ainda preferem a floresta em toras. A riqueza farmacêutica, o lucro dos óleos aromáticos ou dos produtos exóticos, ou o turismo ecológico nunca foram implantados em larga escala, que podem fazer a independência econômica da região eternamente. Como os portugueses dos quinhentos, querem o lucro fácil da exploração mineral como em Minas Gerais levou o ouro para Portugal, que acabou na Inglaterra. Mas desta vez todo lucro em ouro deve parar em Fort Knox.

Agora que o Brasil tem seu próprio general George Custer, à moda caipira, querem de novo a Marcha para o Oeste. Só esquecem que o militar norte-americano, matador de índios, nunca se aventurou a destruir as florestas do Noroeste americano, que lá estão fagueiras e protegidas em grandes extensões, recobrindo reservas minerais que nem se imagina.

Aqui, bem aqui, se pode fazer toda desgraceira possível em nome da soberania. É só eleger alguém com cabeça de fósforo. 
Luiz Gadelha

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