terça-feira, 28 de março de 2017

Meirelles enfraquece INSS para fortalecer previdência privada dos bancos

Se o país não tivesse mergulhado na crise econômica, não estariam sendo discutidas com tanta irresponsabilidade as reformas da Previdência e das leis trabalhistas. De repente, fica parecendo que a crise econômica foi provocada por excesso de direitos sociais. Mas isso não existe, o Brasil ainda está muito longe de atingir o estágio de “Wellfare State” (Estado de Bem-Estar Social) já alcançado pelos países nórdicos (Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Islândia). Muito pelo contrário, nesse particular, ainda está na Idade da Pedra Lascada, digamos assim.

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As regras atuais da Previdência Social nem são antigas. Pelo contrário, foram adotadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. De repente, ficaram obsoletas, precisam ser mudadas radicalmente, em alta velocidade, por causa de uma crise que o presidente Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles já anunciam que está superada, o número de carteiras assinadas voltou a crescer em pleno Carnaval e tudo o mais.

Então, o que mudou, para que sejam exigidas tão radicais supressões de direitos dos trabalhadores? Afinal, já houve outras crises econômicas gravíssimas, mas as conquistas sociais permaneceram intocadas.

Ora, o que mudou mesmo foi que a equipe econômica passou a ser comandada por Henrique Meirelles, um cidadão que decididamente não está acima de qualquer suspeita, ligado aos banqueiros, cujo emprego mais recente foi presidir o Conselho Administrativo do grupo Friboi, um dos maiores devedores da Previdência e explorador da economia popular.


Todos sabem que Meirelles nunca foi representante do povo. Sempre jogou no outro time, caso contrário jamais teria se tornado presidente mundial do BankBoston. O presidente Temer é um deslumbrado, nada entende de economia, deixa Meirelles à vontade.

O objetivo claro de Meirelles é enfraquecer a Previdência Social, para fortalecer a previdência privada oferecida pelos bancos, que não tem garantia alguma, são apenas fundos de investimentos, não garantem pensão em caso de doença, de afastamento do trabalho por acidente ou doença grave, não há como comparar à verdadeira Previdência Social.

O autor do saco de maldades contra os trabalhadores chama-se Marcelo Caetano, secretário de Previdência Social, um servidor público que não serve aos interesses do povo e da nação, mas é servil aos interesses de Meirelles e dos banqueiros, com consultor de entidade de previdência privada.


A fórmula mágica idealizada por Meirelles, ao invés de aumentar a arrecadação do INSS, só faz reduzi-la, através da terceirização e da admissibilidade da contratação de falsas pessoas jurídicas para executar serviços de pessoa física. A queda da arrecadações da Previdência tem muito a ver com isso, mas ninguém dá uma palavra. Meirelles faz cara de paisagem, Temer não sabe de nada, é a própria paisagem fingindo de presidente.

É uma reforma sem cálculos atuariais, sem auditoria, sem nada, que Meirelles empurra na goela do povo brasileiro, enquanto Temer e os parlamentares batem palmas, acreditando que Meirelles é o salvador da Pátria.

A Oposição recorreu ao Supremo, o relator Celso de Mello deu 10 dias para o governo e a Câmara exibirem os cálculos atuariais, fingiram que não entenderam e nada aconteceu. O ministro continue inerte, deixando rolar a impiedosa reforma da Previdência, quando deveria travá-la até que os cálculos fossem apresentados. Mas quem se interessa?

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