Quem afirma é Charles R. Johnston, diretor global de assuntos governamentais do Citigroup, um dos maiores conglomerados bancários dos Estados Unidos.
O trabalho do executivo é fazer a ponte para negociações entre clientes do banco e governos de mais de cem países.
Apostando no programa de privatizações do governo brasileiro, que pretende transferir áreas de mineração e exploração de petróleo e gás (incluindo o pré-sal), usinas e empresas de energia, portos, ferrovias e outros, o banco americano patrocinará um encontro entre seus principais clientes e ministros brasileiros em Nova York no mês que vem.
Não será a primeira vez. Em setembro do ano passado, dias depois do lançamento do pacote, o banco apresentou bilionários a Temer e aos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), que foram pessoalmente ao encontro de negócios em um hotel em Manhattan.
"O projeto (de privatizações) está colocando o Brasil no caminho certo", diz o executivo.
Não há nenhum contrato ou vínculo formal de cooperação entre o banco e o governo Temer. Mas a máxima dos investidores de Wall Street permanece intacta: "Não existe almoço grátis" nos Estados Unidos.
"É claro que estamos aqui tentando proteger os interesses do banco", diz Johnston em entrevista à BBC Brasil em Washington. "Mas também tentamos realçar oportunidades."
Para o executivo, as citações de Temer e pelo menos cinco ministros em delações da Odebrecht pela operação Lava Jato o Brasil não espantam o otimismo dos investidores com as reformas da previdência e trabalhista.
"Investigações sobre corrupção são sempre constrangedoras, mas acredito de coração que o governo está tentando acabar com a corrupção."
Charles R. Johnston "(Temer) é um dos melhores políticos do Brasil, graças à sua experiência no Congresso, para fazer reformas importantes acontecerem"
Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, a promessa do programa de privatizações e concessões é arrecadar R$ 45 bilhões e gerar 200 mil empregos indiretos e diretos.
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