– Eu sabia! Os pais davam muita liberdade a ela!
Ou no caso do rapaz que se matou:
– Eu sabia! Os pais não davam muita liberdade a ele!
Prever é a mais difícil das artes. Nenhuma bola de cristal funciona. Nem estrela, conjunção de planetas, ascendente e descendente, sonho, psicanálise, nada. O futuro é um segredo bem guardado. Senão, eu gostaria de saber os números de uma Mega Sena acumulada. Isso me bastaria para mudar de opinião. Pagaria de bom grado uma consulta ao futurólogo de plantão que me revelasse o resultado do sorteio.
No entanto, farei uma previsão terrivelmente trágica. E estou 100% correto. Desde agora até o dia 31 de dezembro. É a seguinte: haverá corrupção à solta no Brasil nos próximos 12 meses. Não importa o Moro, não importa a PF, não importa a Justiça. Neste exato momento e nos muitos à frente, a bandalheira estará correndo Brasil afora e assim continuará. Ou você acha que o prefeito de São Nunca do Córrego Fundo se preocupa com o desvio que ele e seus vereadores fazem do dinheiro da merenda escolar? Ou que aquela obra rodoviária lá no distrito de Caixa Prego está superfaturada? Ou que o deputado não pega um por fora para ajudar o amigo empresário na aprovação de uma lei? Ou que as grandes bancadas do Congresso não estão atentas aos interesses que representam, mesmo que tenham de prejudicar o povo que as elegeu? Pois é, não há PF que chegue a São Nunca. Não há Moro para a nação inteira. E ele já deve estar louco para largar o papel de xerife.
Enquanto isso, nós trabalharemos, trabalharemos quase a metade do tempo para pagar impostos. Impostos sobre impostos. A garganta da viúva não tem fim. Ela quer mais e mais para alimentar a corrupção e a incompetência. E faço outra previsão: os impostos aumentarão em 2017. Subrepticiamente, na surdina, de madrugada, mas aumentarão. Em compensação, lembro-me de uma orgia de cobrança de impostos acontecida em Minas Gerais há algum tempo. Tentaram cobrar uma taxa total de 20%, menos da metade do que pagamos hoje. Sobreveio uma revolta. Sobreveio até um movimento que marcou a nação, chamado Inconfidência Mineira. Movimento heroico, hoje reconhecemos, comemorado do Amapá ao Rio Grande do Sul. Mudaram os mineiros ou perdemos a coragem?
Luís Giffoni
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