quarta-feira, 18 de maio de 2016

Há quase um silêncio de fim de festa

O Brasil mudou, afirmam as direitas. Pra pior, retrucam as esquerdas.

Polêmicas à parte, sente-se uma mudança nos ares governamentais. Não há mais o dilmês ferindo os ouvidos e matando a lógica. Fora também está o tatibitati socialista à brasileira das leituras de esquerda de quem muitas vezes só ouviu falar de Marx pelo Google.

Parece pouco, mas se pode respirar melhor sem o miasma dos discursos repulsivos ou sem pé nem cabeça.

Os próprios petistas ou simpatizantes zurram aqui ou ali menos de uma semana depois do governo provisório de Temer se instalar. Os exércitos de Stédile não partiram pro pau, não davam nem para lotar um ônibus os adeptos do panelaço.

Se não fosse por um ou outro bêbado cambaleando com a perda da sinecura milionária, abastecida pela desgraça alheia, há quase um silêncio de fim de festa. 



Na gritaria dos primeiros momentos vestais descobriram rapidamente os pecados do gabinete parlamentar de Michel Temer, sequer com um índio! A claque vociferou logo que os empossados não gostam de "pobres, negros, mulheres, gays, lésbicas,indígenas" como digital de um governo golpista. São contra o machismo como se o Estado tivesse que ter gênero. Tiveram o troco.

De repente o que seria o pecado de Temer mostrou que o mundo pode estar no século XXI, quando os governos adoram exibir a participação feminina, mas o Brasil é conservador até a raiz dos cabelos. Nem escapa a esquerda, tão saudada por seu liberalismo. Ou já se esqueceu rapidamente do líder Lula sobre as "mulheres de grelo duro" da patotinha? Ou as costumeiras referência machistas do grão-chefe?

Agora surgiram novos gritinhos histéricos em favor da Cultura, que durante o regime petista foi mais banco a fundo perdido do que ministério. Os privilegiados, sempre eles, que se locupletaram sob a bandeira cultural, reclamam o fim das regalias. Compreensível, proselitismo dá dinheiro e foi uma forma de ganhar a vida no governo petista.

A Cultura escrevem com maiúscula para esconder a pobreza de fins realmente culturais da maior parte dos projetos. A grande parte dos críticos contra o "rebaixamento" para secretaria fingem não entender que tamanho não é documento. O gigantismo do ministério não condizia na mesma proporção com as finalidades dos programas como, por exemplo, os Centros de Artes e Esportes Unificados, que mais serviram às prefeituras aliadas do que à população. Construídos, a maior parte serve como elefante branco, porque os governos municipais não têm interesse nem capacidade para gerir cultura. Será que a Cultura tem que criar esses monstrengos inúteis e financiar o proselitismo?

Certo que o petismo pode gritar, pois ainda estamos numa democracia. Mas deveria criticar e não esbanjar em lantejoulas e paetês, se apegando aqui e ali. Ainda não mostraram seriamente em que um governo provisório, montado às pressas - em bem menos tempo do que os eleitos petistas - pode estar fazendo tão mal ao país quando os dois eleitos do PT fizeram bem mais.

Espera-se que aos poucos silenciem e voltem a trabalhar principalmente aqueles que viveram das fontes governamentais para vagabundear. Será difícil, mas trabalhar não tira pedaço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário